Uma vaia é apenas uma vaia
Manuel Valls é o primeiro-ministro francês. Perante os atentados terroristas disse “vai haver outros atentados em grande escala” e “haverá sem dúvida mais vítimas inocentes”. Hoje, Manuel Valls foi vaiado pela população durante o minuto de silêncio às vítimas do atentado de Nice.
Manuel Valls é o símbolo de uma forma de fazer política. Por momentos, parece que não é o primeiro-ministro de França mas apenas um mero comentador de café. Por vezes, parece que não tem a seu cargo a gestão e a organização de um país inteiro, parece um qualquer irresponsável a dizer baboseiras, resguardado na sua própria noção de “verdade” que trata de impor ao mundo inteiro. Esta forma de fazer política é asquerosa.
No limite, se Manuel Valls for realmente o incompetente que as suas palavras denotam, não tem mais que fazer se não apresentar a sua demissão e ceder o lugar a quem se proponha fazer melhor, a quem se proponha evitar “outros atentados em grande escala” assim como “mais vítimas inocentes”. Mas ele não arreda pé: declara por antecipação o seu fracasso, mas não abdica do seu lugar, quase como dizendo, sobranceiramente, que ninguém faria melhor do que ele, o iluminado Valls. Perante as circunstâncias, vaiar Manuel Valls foi pouco. Uma vaia é apenas uma vaia.
Em Portugal também temos muitos políticos da mesma massa pútrida de Manuel Valls. Nos últimos anos não faltaram os que diziam não haver alternativa ao país a não ser empobrecer, empobrecer e empobrecer. Também diziam trazer a “verdade” e não cederam o seu lugar a quem pudesse ambicionar fazer melhor. Também foram vaiados. Também as vaias de que foram alvo foram insuficientes. A maior parte dos portugueses continua a preferi-los. Somente nas urnas se pode dar o tratamento merecido aos políticos do género de Manuel Valls. Uma vaia, repito, é apenas uma vaia.