Um passo para o fim das “cunhas” na contratação de professores
Num momento em que o novo ministro da educação é atacado de todos os lados e de todas as formas argumentativas, é importante sublinhar a sua intenção em restringir a contratação de professores para a escola pública à sua graduação profissional, isto é, média de curso e experiência profissional.
Este passo envolve a implosão da aberração conhecida como a bolsa de contratação de escolas e o fim dos privilégios das “autonomias” e dos “territórios educativos de intervenção prioritária”, aos quais era permitido a contratação de amiguinhos e familiares, muitas vezes desqualificados para a docência, através de entrevistas de conveniência e de turvos critérios.
Para além de sublinhar esta intenção governativa que, a concretizar-se, materializará uma concreta e importante machadada na corrupção em Portugal tornando o processo de contratação pública de professores transparente e justo, deve-se assinalar a hipocrisia da sociedade em geral que, tendo sempre o tema da corrupção ao pé da boca para justificar a sua apatia crónica relativamente ao sistema político, deixa passar em claro esta medida, desvalorizando-a.