Um bocadinho de bom senso
Não é preciso ser muito inteligente. Não é preciso ter um ou dois doutoramentos, nem especialização, nem obra publicada na área em revistas com arbitragem científica. Não. O que é preciso é um bocadinho de bom senso.
Quais são os fatores diferenciadores entre o que se passou em março, quando a pandemia começou, e o que se está a passar agora, em novembro? Há dois fatores. Um deles é o facto de estarmos mais relaxados ou cansados de viver sob máscara e restrições à nossa liberdade. O outro é que a atividade escolar retomou com normalidade.
Podem argumentar com todos os números e mais algum, podem fabricar as estatísticas que quiserem e elaborar as interpretações mais audazes: a retoma da escola é o verdadeiro fator que distingue as situações. Os jovens são naturalmente menos responsáveis, não abdicam do contacto social, contagiam-se e têm o potencial de contagiar as suas famílias com as quais partilham um teto e que, como é óbvio, não tomam precauções contra eles.
Não se faz nada a respeito disto precisamente pelas mesmas razões que não se faz nada a respeito dos transportes públicos que, obviamente, atolados, sem condições, são um fator de risco permanente e gravíssimo para o povo trabalhador. Em face disto, todas as medidas anunciadas são puro espetáculo mediático.