Traçando os limites para a indecência
O nosso primeiro-ministro consegue conjugar na mesma oração uma oposição ininteligível à nova postura grega face à dívida com uma tímida reivindicação das esperadas novas condições que os gregos obterão junto das instituições europeias.
E não existiu um jornalista que tivesse dito qualquer coisa como: “Senhor primeiro-ministro, mas isso... Repare que isso não é muito correto do ponto de vista do caráter... Estar a dizer mal dos homens, a deitar abaixo a sua luta, para depois querer usufruir das mesmas condições sem ter feito nada por isso...”
Todavia os jornalistas já fizeram o bastante: expuseram a aberração. Os limites para a indecência podem ser traçados desta forma: com sentidos de ética social, de caráter e até mesmo de valores e moralidade, por muito primários que possam ser. Basta que existam e subsistam em alguma cavidade oca do ser humano.