Desmontando a lavagem cerebral operada no Ocidente a respeito da Venezuela
Hoje apetece-me escrever sobre a Venezuela. O pretexto é a fotografia que se segue.
A fotografia acima foi apresentada como evidência da crise económica da Venezuela e com a escassez aguda de bens. Quando olhamos para a fotografia imediatamente identificamo-la — qual condicionamento pavloviano! — com a crise da Venezuela.
Acontece que foi revelado, creio que no início deste mês, que esta fotografia foi na realidade tirada num supermercado de Nova Iorque — sim: a Nova Iorque dos Estados Unidos da América! — pela fotógrafa Allison Joyce da agência Reuters, em vésperas da chegada do furacão Irene em 2011.
É absolutamente extraordinário constatar os meios de que o Capital faz uso para a difamação e a desestabilização das economias que lhe fazem frente. Não há limites para a falta de decência!
O único pecado do regime bolivariano da Venezuela não é a falta de liberdade ou democracia — de facto, trata-se simplesmente do regime mais democraticamente sufragado de sempre daquele país. O único pecado, como dizia, foi ter posto um fim à oligarquia estrangeira que explorava os seus recursos naturais de forma praticamente gratuita e, portanto, imoral.
O tratamento mediático internacional a que é votada a Venezuela é genericamente desconcertante mas já é o tradicional em casos do género. A outra parte do plano do Capital para derrotar a Venezuela reside no ataque às matérias primas, fazendo diminuir os seus preços para valores nunca antes vistos. Trata-se de guerra económica pura e dura.
Entretanto, ficam para a História conquistas inapagáveis: a irradicação da miséria e da fome, a potenciação do setor primário, em particular a produção de milho, o investimento substancial na educação, na cultura e na saúde, destacando-se a construção de inúmeras escolas e de hospitais, incluindo centros de investigação médicos na área da oncologia, e a constituição de orquestras e investimento em instrumentos musicais e na música clássica. Isto é que é política e economia! O resto... o resto é oratória oca!