Doze de março
Em doze de março do ano corrente sucedeu um acontecimento de assaz interesse e relevância e que deveria ter justificado os comentários dos mais ilustres comentadores que pululam por toda a parte, bem como acesos debates públicos, quer pelo ponto de vista prático da nossa situação concreta atual, quer desde um ponto de vista mais geral, filosófico até.
No dia doze de março de dois mil e quinze decidiu a Islândia, por iniciativa própria, retirar a sua candidatura a membro da União Europeia.
Por que razão o fez?
Esta é a questão que deveria e devia, ainda vai muito a tempo, de ser discutida. Pelo contrário, a notícia passou despercebida no rodapé de um ou outro jornal e ignorada pela generalidade dos media televisivos.
Por mim, deixo aqui a minha contribuição para o debate que nunca teve lugar. A razão é simples: depois de o povo islandês ter aberto o precedente de julgar e condenar os governantes que colocaram a sua economia em bancarrota eminente, estes governantes que os sucederam têm agora algum receio, não vá a coisa dar para o torto, de, daqui por uma ou duas décadas, partilharem as celas dos seus antecessores.