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Porto de Amato

Porto de abrigo, porto de inquietação, porto de resistência.

Porto de Amato

Porto de abrigo, porto de inquietação, porto de resistência.

O primeiro dia do Messias brasileiro

O ano de 2019 começa, no seu primeiro dia, com a tomada de posse do novo presidente do Brasil, um indivíduo chamado de Jair Messias Bolsonaro. O discurso de tomada de posse do Messias foi a mais horrenda oratória que já ouvi em toda a minha vida. O maior país da América Latina elegeu, de facto, um ignorante, um boçal que não sabe falar, nem tem uma ideia madura no cérebro. O que tem é apenas uma mistura de infantilidade e de egoísmo sobre uma base de baixeza de caráter e de ignorância do espírito. E por isso repete, repete, titubeia, titubeia, os mesmos chavões, os mesmos preconceitos e, claro, invoca o nome de Deus em vão uma, duas, três dezenas de vezes no mesmo parágrafo. O que diz não é nada, mas é tudo.

 

Acho importante sublinhar que este indivíduo não chegou ao poder sozinho. O processo foi dúbio, pejado de ilegalidades e de artimanhas tecidas em conjunto pelo poder judicial e pelo poder político e cantado pelos media, tudo isto é certo e claro. Mas no fim de contas, foi o povo brasileiro, a maior massa popular de entre todas da América latina, que elegeu e legitimou este novo presidente do Brasil. A democracia tem isto. O povo é chamado a votar, vota, escolhe e elege. É limpinho. Uma parte desse povo lá estava, hoje, a bater palmas, sem um pingo de embaraço com aquela boçalidade que jorrava sem controlo da boca de Bolsonaro. Palavra que não sei como é possível não sentir vergonha por se ter elegido um presidente deste calibre. Eu sinto, muita, e não é nada comigo.

 

Isto ainda é o princípio. Foi apenas o primeiro dia do Messias brasileiro. Messias... que nome tão tristemente providencial. O que vem aí será horrível, sobretudo para os brasileiros. Não acreditam? Basta esperar para ver. Lembrem-se do dia de hoje.

publicado às 22:37

Gestão "de topo"

Gestão “de topo”, conversa fiada, “economês”, ignorância, muita ignorância de raiz, de natureza primária. É isto que temos para construir um país. É isto que nos sobra para erguer Portugal.

 

Em linha com o que tem sido escrito e avisado neste blog, nos últimos anos a Caixa Geral de Depósitos, o banco público, perdeu mais 4450 milhões de euros em depósitos.

 

É muito dinheiro.

 

Podem consultar aqui o estudo de Eugénio Rosa que aponta esta e outras consequências dos “excelentes” atos de gestão do gestor “de topo”, que tanto serve à direita como à esquerda, Paulo Macedo.

 

A Caixa está a definhar com o beneplácito da nossa indiferença e da nossa ignorância. Parece que não há educação que cure esta peste que nos assola enquanto povo.

publicado às 21:48

A inenarrável questão russa

Por que razão é que o presidente russo havia de ordenar o homicídio de um duplo espião libertado por si próprio há sete anos e há sete anos a viver em solo britânico?

 

Será que subsistia algum segredo russo que, ao longo destes sete anos, este espião ainda não havia revelado aos serviços secretos britânicos?

 

E por que razão é que a Rússia havia de escolher como método um gás tóxico perigosíssimo — a mais pequena quantidade é capaz de exterminar vilas inteiras — para assassinar um só indivíduo e que podia ser associado a si própria?

 

Não me sabem dizer? Não interessa, pois não?

 

A questão é tão inenarrável, de tão absurda que é, que nem vale a pena prosseguir.

 

As sociedades estão convertidas nisto, nesta massa de distraídos e de alheados que comem tudo o que lhes é dado, por mais absurdo que seja. Somos uma massa, no fundo, de vulgares preconceituosos e ignorantes. Que assim seja: os russos é que são maus, são um perigo para a paz mundial! Os ocidentais são uns santos que nos protegem! Carreguem, jornais “de referência”. Carreguem, televisões e rádios. Carreguem, opinion makers! Lavagem cerebral da melhor!

publicado às 11:18

Não há Páscoa que nos valha

Há uns anos largos, quando as agressões dos Estados Unidos da América sobre o Iraque e Afeganistão já se prolongavam no tempo, mas ainda antes do início da invasão da Líbia — deve ter sido na viragem da primeira década deste milénio, creio —, conversava eu com dois altos quadros do país sobre temas vários e caí no erro de tocar neste assunto, na questão da política externa norte americana.

 

O primeiro, um médico destacado, disse-me isto que reproduzo textualmente: “Os americanos deviam lançar bombas em todas as zonas muçulmanas e terraplanar aquilo tudo”. E acrescentou: “Só assim se resolvia o problema”. A segunda, uma promissora cientista investigadora na área da microbiologia, concordou de forma efervescente com o seu par e acrescentou, de olhinhos brilhantes a espreitar por detrás de umas lentes grossas, uma outra imbecilidade qualquer da qual, com sinceridade, não me recordo. Como é óbvio, não prossegui com o tema.

 

Reparem que não estou a falar de duas pessoas quaisquer, não estou a falar de duas pessoas comuns, com pouca educação ou parca formação intelectual e cultural. À partida, tratavam-se de duas personalidades de relevo, com condições para maturar uma opinião equilibrada, contextualizada e com bom-senso. Mas não, notei com admiração: a opinião deste médico e desta cientista eram iguais à de tantos outros. Não precisavam eles, o médico e a cientista, de terem tido tanta formação, de se terem dedicado tanto aos estudos, para, com efeito, emitir uma tal opinião. Essa mesma opinião encontra-se em qualquer tasca ou café, em qualquer estádio de futebol, em qualquer canto mais esquecido e menos iluminado pela cultura neste país.

 

Mais não seria preciso para colocar a nu a evidência de que estas questões puramente políticas, a forma como vemos o nosso semelhante, a forma como encaramos os conflitos das sociedades e dos povos, pouco ou nada têm que ver com a educação do indivíduo. Nascem connosco. São parte de nós, como uma força que se manifesta no momento certo, quando devemos tomar partido. Acreditem, isto é mais genético do que de outra natureza.

 

Recordo-me muitas vezes desta história chocante. Lembrei-me hoje, particularmente, a propósito do lançamento da já famosa bomba americana sobre o Afeganistão, uma bomba capaz de destruir uma zona com um diâmetro de 1,4 km. Espanto-me por assistir às reações do mundo ocidental, o “mundo católico e cristão”, o “mundo da paz”. É vê-los a descrever em detalhe, regalados, as 8,4 toneladas de explosivos que compõem o engenho, o seu alcance e a sua profundidade. Pergunto-me: «Onde estão as reações de choque e de reprovação? Onde vivem as memórias de Hiroshima e Nagasaki?».

 

Mas o meu espanto é uma reação automática, não muito justificada, devo admitir. O mundo está repleto de gente como o médico e a cientista de que falava no princípio. Eles acham que isto resolve-se desta forma, lembram-se? Tivessem eles o poder, a motivação e a coragem, e seriam simetrias perfeitas dos mais abjetos terroristas que possamos encontrar do outro lado do mundo e que hoje abominamos em uníssono.

 

É uma época triste para a humanidade. Para alguns de nós, não há cordeiro expiatório, nem um qualquer homem na cruz, não há Páscoa, nem outro ritual diverso que nos possa valer. Estamos condenados, pela nossa própria natureza, a uma existência de mesquinhez, de desconfiança e de inimizade.

publicado às 19:53

Mais força que qualquer verdade

Como o mundo está cravejado de anticomunistas, qualquer coisa que se diga sobre um comunista, por muito estapafúrdio que possa soar, medra. Qualquer mentira que se diga torna-se verdade. Ninguém pensa sobre o que ouve ou sobre o que repete.

 

Noutro dia, ouvi esta barbaridade dita por um amigo meu: “o Fidel comia lagosta diariamente ao almoço, enquanto o povo passa fome”. A barbaridade não era da sua autoria. Leu-a de um adolescente anticomunista que, pelos vistos, trabalha para o Semanário Sol e escreve barbaridades para o Jornal i. Tenho notado que ser-se um ignorante anticomunista faz muito bem em termos de carreira. O adolescente vai muito bem lançado.

 

Em primeiro lugar, ninguém passa fome em Cuba e tão pouco existe mendicidade. Mas não dispersemos, vamos ao busílis da afirmação: a lagosta!

 

Quem tem o privilégio de visitar Cuba, mesmo aqueles que não saem das estâncias balneares de Varadero, todo incluido, mesmo aqueles que têm medo de se misturar no meio da multidão, conseguem vislumbrar, ao longe, no mar, pescadores cubanos, por vezes a bordo de uma simples câmara de ar, a pescar a dita cuja lagosta, em boa verdade, uma espécie de lagostim que existe em grandes quantidades ao largo da costa cubana.

 

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Quem ouve tamanho disparate de que Fidel comia lagosta todos os dias, pensa que comer lagosta em Cuba é tão precioso como comer lagosta em Portugal. Mas não. É ainda mais comum do que comer sardinhas assadas. Se refletirmos um pouco, todavia, seria altamente improvável que Fidel mantivesse uma tal dieta e conseguisse simultaneamente atingir os noventa anos de idade.

 

Tive eu o trabalho de explicar tudo isto ao meu amigo. Ele, todavia, não ficou muito convencido. Prefere acreditar-se nos disparates do adolescente anticomunista que nunca visitou Cuba. É que na verdade, as barbaridades que se escrevem sobre Fidel e sobre Cuba vão de encontro ao que ele próprio acredita. E isso tem muita força. Tem muito mais força que a força de qualquer verdade ou evidência.

publicado às 21:19

Asco figadal

Escrevo estas linhas imbuído de um sentimento de profundo nojo, não de luto, mas de figadal asco e repulsa.

 

Depois do espetáculo verdadeiramente lamentável da tomada de posse, um espetáculo próprio de um estado monárquico, despótico ou plutocrático, o Presidente veio ao Porto repetir a encenação, ladeado do pretensioso Presidente da Câmara.

 

Assinale-se que o povo do Porto conseguiu superar largamente a capital, dias antes, comparecendo em massa, aplaudindo e gritando. Não foi uma montagem: o repórter da televisão foi por ali fora, entrevistou-os um a um, aos indivíduos que pavimentavam as ruas, e todos repetiam os mesmos desvarios, o mais chocante dos quais, “(...) é o Professor Marcelo e o Papa Francisco!”. Que povo mais revoltante! Que povo mais nojento!

 

O Vinte e Cinco de Abril, o de 74, era mesmo utópico! Mesmo! Estas ocorrências provam-no cabalmente! O que o povo quer é paizinhos a governar. O que o povo quer é bater palminhas! Qual democracia, qual quê!? Pois a democracia é cada um de nós, em igualdade, sem castas ou classes. Não é isto. Isto não! Isto é nojento.

 

Quase ao mesmo nível do exposto vem a conversa bairrista pacóvia contra a capital cristalizada na boca de cada um dos portuenses e corporizada no discurso deste adorado Presidente da Câmara: “(...) Portugal não é só Lisboa, Portugal é o Alentejo e Trás-os-Montes e o Porto...”. Que pobreza de discurso! Que discurso patético! Que mediocridade!

 

O povo português parece retroceder assustadoramente. São os valores, são as ideias e os ideais. É a ignorância. Parece — escrevi bem —, porque na realidade este povo nunca evoluiu coisa nenhuma. A comprová-lo estão as suas escolhas democráticas: acabaram de eleger, levando-o em braços, uma personalidade sinistra e retrógrada, de cara sorridente e que carrega consigo na bagagem memórias e património do antigo regime. Aplaudem-no agora. “O senhor professor Marcelo é muito simpático! Gostava muito de o ouvir. Sou fã!”.

publicado às 13:08

O que o povo quer

O resultado das eleições gregas do último fim-de-semana conduz-nos a uma reflexão aguda no domínio da antropologia. Como compreender tal resultado?

 

Objetivamente o povo grego decidiu renovar a confiança depositada no Syriza depois de este partido ter feito o que fez neste período último de governação. O Syriza chegou ao governo através de um discurso agressivo anti-austeridade e, passado um prelúdio de oposição verbal veemente junto das mais altas instâncias europeias, sucumbiu dramaticamente a essas mesmas políticas de austeridade. Fê-lo, sem um plano B autónomo, sem uma ideia própria para a Grécia. O Syriza, conclui-se do exposto, abraçou a governação da Grécia com o propósito tresloucado de modificar os resultados do sistema a seu favor sem o transformar, sem beliscar os seus alicerces. Tudo isto é factual e objetivo e, ainda assim, o povo grego renovou a confiança no Syriza. O povo grego, que acreditávamos ter votado no Syriza com base no que o Syriza prometeu, não se sentiu traído, não se sentiu enganado.

 

Por ventura, nós é que estamos todos enganados quando achamos que o povo vota ao engano, que se engana com o discurso político, com a dialética argumentativa. Sim, nós é que estamos totalmente equivocados quando acreditamos que o povo é ignorante e incapaz de ver para além das entrelinhas das promessas.

 

Analisemos, portanto.

 

O povo grego não votou (felizmente, diga-se) nos partidos gregos com tradição de poder, ou seja, não votou nos responsáveis pela situação do país e naqueles que por ventura seriam os mais hábeis e preparados para seguir à risca a moratória europeia da austeridade.

 

Do mesmo modo, o povo grego não votou nos partidos que assumiam a alternativa, isto é, o tratamento duro mas inevitável para a doença económica: a saída do Euro e, ultimamente, da União Europeia. Sejamos, portanto, claros: o povo grego não preferiu nenhuma das alternativas claras que se perfilavam diante de si. Rejeitou um regresso ao passado assumido, ou seja, uma manutenção da Grécia numa eterna política de subalternidade e de austeridade e disse que não, também, à procura de uma solução, naturalmente drástica mas eficaz, para o seu problema económico. O povo grego decidiu-se, então, por uma via diferente. Optou por um governo que mantivesse a Grécia numa situação de protetorado, de submissão, mas com capacidade oratória para reivindicar, negociar, fazer espetáculo, ainda que desse processo pouco possa resultar de substantivo, porque fazer as duas coisas em simultâneo é como que tentar cantar e assobiar ao mesmo tempo.

 

Vejo esta decisão do povo grego com tristeza. Esta decisão puxa-os do Olimpo para a Terra, liberta-os daquela aura divina que parecia existir nos primeiros tempos de Syriza: o povo grego lutava contra a Europa, lutava sozinho e a Europa toda junta tremia. Agora o povo grego parece-se com os outros povos e com o português também. Afinal não lutam pelo que consideram certo ou justo, mas pelo quinhão mais fácil, pela migalha mais rápida e indolor. E, neste momento, o mais fácil, rápido e indolor é a austeridade. E nem como Homens a irão engolir. Não: têm lá uns tipos no governo que vão chorar o tempo todo, a cada pontapé no traseiro. Vão chorar e não vão fazer nada sobre isso.

publicado às 16:13

Inevitabilidade ignorante

Existe uma ideia generalizada e persistente de inevitabilidade que paira sobre as sociedades como nevoeiro denso e espesso. Uma ideia angustiante que queda as populações amorfas e inertes. Uma ideia de impossibilidade, de predeterminação e de resignação. Essa ideia falsa, explicarei porquê, advém de uma de duas situações: comodidade de pensamento ou ignorância estrutural. Centremo-nos na segunda. Muitas pessoas ignoram a história do mundo, a sua própria história. Ignoram abusivamente pois caso contrário perceberiam que não existe tal coisa chamada de inevitabilidade no universo. Pensemos nos grandes impérios, maiores do que os maiores que hoje pontificam sobre a Terra, pensemos nas grandes dinastias, pensemos nas grande rotas comerciais, pensemos nos dogmas, em todos eles, religiosos ou políticos. Pensemos. Recordemos. Pensemos até no que sabemos sobre os dinossauros, seres que dominaram o mundo de forma absoluta durante milénios. Se pensarmos e se soubermos percebemos a nossa ignorância em falar em inevitabilidades.

 

Partindo desta análise geral centremo-nos agora num aspeto particular aglutinador dos tempos modernos: o dinheiro. O mundo gira em função dele como se do sol se tratasse parecendo caminhar para uma dependência absurda. E as qualidades humanas privilegiadas e apreciadas por esta cultura vigente, a cultura do dinheiro e da posse, são a ganância e a inveja. E perante a situação, nada se afigura como mais inevitável do que isto. E no entanto... existe memória. A memória de que as coisas nem sempre foram assim. A memória das primeiras sociedades humanas, por exemplo, os povos recoletores que viviam em comunidade e cooperação. Com efeito, a situação não é endémica ao ser humano e, ainda hoje, existem comunidades do mesmo tipo, micro-sociedades, projetos sociais e, sobretudo, culturas que observam a inveja e a ganância como moralmente inaceitáveis.

 

Assim, fica demonstrada a não existência de inevitabilidades. Cada ser humano que habita o planeta tem em si muitos mundos muito diferentes que traduzem caminhos também eles distintos.

publicado às 11:06

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