Estuda por ti próprio
Estuda por ti próprio. Estuda para aprenderes, pelo prazer, pela paixão de aprender de querer saber.
Estuda por ti próprio, para saberes mais, para seres mais capaz, para poderes imaginar mais e para poderes pensar melhor.
Estuda por ti próprio e pelos outros que te rodeiam. Estuda para poderes transmitir o que aprendeste e ajudar o teu parceiro, a tua companheira, o teu camarada. Para que ele e ela e o outro te possam ajudar a ti também a aprender e a saber o que vem lavrado nos livros e o que está para além deles, nas entrelinhas.
Estuda por ti próprio para seres uma melhor pessoa, cidadão, animal político, e para ajudar os outros a sê-lo também.
Estuda por tudo isto. Mas não estudes, jamais, por outros objetivos mais egoístas do que os que elenquei. Não estudes para conseguir um melhor emprego ou um melhor salário. Não o faças por essas razões porque a única coisa que nos distingue no mundo do trabalho, deste mundo em que vivemos, é a importância da nossa cunha, a influência do nosso padrinho. Desenganem-se, pois, todos os que vivem iludidos com o conceito de mérito. Desenganem-se aqueles que se entretêm com o esgrimir de chavões estéreis como “meritocracia”. Isso não existe, nem pode, num mundo em que tudo nasce etiquetado, com preço e código de barras impresso, onde tudo tem um preço, e onde prolifera um sentimento putrefacto que nos impele a vender a própria mãe. Desengana-te, portanto. Isto é capitalismo: isto é um mundo que expira corrupção com a naturalidade de um processo fotossintético.
Estuda por ti próprio. Estuda pela paixão de aprender. Por nada mais.
Por nada mais!