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Porto de Amato

Porto de abrigo, porto de inquietação, porto de resistência.

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Sobre a regra de ouro dos 3%

On a imaginé ce chiffre de 3% en moins d'une heure, il est né sur un coin de table, sans aucune réflexion théorique.

 

Nós inventámos este número dos 3% em menos de uma hora, ele nasceu nas costas de um envelope, sem qualquer reflexão teórica.

 

— Guy Abeille, o Senhor 3%, in Le Parisien

 

Para saber mais sobre a anedota feita “regra de ouro da ciência económica” aceder aqui.

publicado às 12:19

UTAO, défice estrutural e regra de ouro

As sociedades ocidentais encontram-se capturadas numa engenhosa rede tecida ao longo dos anos pela classe dominante e que não se circunscreve hoje à simples pressão mediática, económica e política. O capitalismo criou estruturas para lá dos jornais e dos meios de comunicação que usa para condicionar de forma organizada a ação governativa.

 

http://images-00.delcampe-static.net/img_large/auction/000/276/760/937_001.jpg

 

Atente-se no caso português.

 

O que é a Unidade de Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) se não um gabinete de pressão política sobre a ação governativa, disfarçada de entidade independente? Mais: o que é esse conceito exótico do “défice estrutural” se não uma abstração, uma artificialidade, criada com o propósito de condicionar as decisões políticas? E a meta dos três pontos percentuais para o défice? A que propósito? Qual a justificação para a pomposamente apelidada de “Regra de Ouro”?

 

Estes são apenas alguns exemplos de como o capitalismo se enraíza nas sociedades e coloca os povos do mundo a jogar o jogo político/económico de acordo com as suas regras, as regras do capital, pelo que condicionado logo à partida.

 

Não existem justificações objetivas e cabais para o uso da “Regra de Ouro”, é um número como poderia ser outro qualquer, que apenas adquire significado no contexto do desenvolvimento económico do país em questão.

 

De modo análogo, não existe justificação para a utilização prática do conceito do défice estrutural, uma abstração impossível de calcular de forma isenta e transparente e que pertence unicamente ao campo do estudo económico, devendo por isso estar vedada do espaço político.

 

Por fim, diga-se que a UTAO não procede de forma independente ou politicamente neutra, nem podia. Deixemo-nos de inocências: os seus relatórios são redigidos de acordo com um determinado paradigma económico assente em pressupostos arbitrários. Modelos económicos distintos induziriam conclusões distintas.

 

Cada um dos anteriores encontra apenas justificação numa orientação de natureza arbitrária e despótica que nos é imposta, não sendo, portanto, consequência de nenhuma lei natural. O seu objetivo encontra-se entre a manutenção dos poderes e o assegurar da dinâmica de concentração da riqueza. O seu objetivo é a proteção do sistema capitalista e da burguesia, a classe que domina todas as outras.

publicado às 17:54

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