Selminho, quo vadis?
Lembram-se do caso Rui Moreira e da imobiliária Selminho? Não? Pois claro que não, é uma história que não tem muito interesse e, por conseguinte, não tem honras de primeiras páginas. Não interessa muito que a imobiliária da família do atual presidente da Câmara do Porto tenha lucrado num acordo com a Câmara que envolve alterações ao Plano Diretor Municipal e a construção em terreno rústico sobre proteção ambiental. Não, não interessa nada.
Trata-se, sem mais nem menos, da tal aura de santidade política sobre a qual escrevi há uns meses. Também não há problema porque Rui Moreira veio logo para os jornais indignado, como aliás é timbre de um homem sério, dizer que era tudo uma infâmia e uma conspiração dos comunistas, dos três que fazem questão de o arreliar na Assembleia Municipal — isto da democracia é um tédio! —, referindo que nada tinha tido que ver com o processo e que até passou uma procuração para que fossem os advogados da Câmara a tratar do assunto.
Para memória futura fica este registo. Tal procuração desapareceu dos processos e, à hora a que escrevo, parece que se encontra em parte incerta.