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Porto de Amato

Porto de abrigo, porto de inquietação, porto de resistência.

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Refletindo sobre a “bazuca”

Não devemos deixar de assinalar o modo como está a ser colocada a questão sobre os fundos provenientes do Plano de Recuperação e Resiliência, ou mais geralmente, o modo como todas estas questões relativas à nossa posição no seio da União Europeia são normalmente colocadas. A denominação “bazuca” é, em si mesma, muito esclarecedora. Sobre os fundos, com efeito, recaem as responsabilidades inteiras do nosso futuro coletivo e a sua “aplicação correta” reveste-se, nesse sentido, de uma enorme carga dramática, como se fosse o nosso derradeiro recurso a um estádio de desenvolvimento superior, a par das grandes economias do norte da Europa. Repete-se à saciedade o argumento de que, se não soubermos usar os fundos corretamente, hipotecaremos o nosso futuro.

Se o texto que escrevo agora for uma gota no oceano no universo da opinião publicada, pois que seja. Por muito que resulte grotesco ou surreal o que se seguirá, ainda assim é imperioso que o escreva. Escrevê-lo-ei, pois:

 

Não é uma questão de dinheiro, senhores.

 

Escrito está. É suficiente. Acrescentarei, todavia, a sentença seguinte, apenas para abrir a porta a uma outra profundidade de análise. Aqui vai:

 

O dinheiro que nos dão é pagamento fracionado pela liberdade (alma) que lhes vendemos.

 

Agora já chega. Fui além do que me havia proposto inicialmente. Deixei na mesa matéria suficiente para uma semana de reflexão.

É pena que não haja um debate sobre estas questões de natureza fundamental, primeira, e ficamo-nos sempre pelo debate dos tostões, das aplicações e das pequenas obras, sempre de reforma em reforma de um sistema para que o mesmo permaneça cristalizado no tempo. O resultado de tudo isto, todas as responsabilidades do fracasso inevitável, recairá, todavia, sobre as costas de um impotente sistema político servil as quais, um dia, cederão ao peso do populismo crescente de inspiração autoritária. O fascismo é apenas uma outra forma de capitalismo, não será assim? Estaremos cá para ver. Nós, os nossos filhos e os nossos netos.

publicado às 18:34

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