Nós somos os vossos carcereiros
Numa coisa há que dar crédito a estes governantes: eles dizem com suficiente clareza ao que vêm.
“Queremos diminuir os custos do fator trabalho!”.
Será necessária mais clareza do que isto?
O que é simultaneamente surpreendente e assustador é a confiança inerente necessária para se exprimir uma tamanha cara de pau. Eles têm um exército de portugueses que os suportam ativamente e que, podendo não bastar para a maioria absoluta, são o suficiente para o legitimar do impensável.
Ainda mais dramático é perceber que, dentro do universo daqueles que não suportam os partidos do governo, uma esmagadora maioria suporta diretamente o mesmo tipo de políticas, não obstante indexadas sob uma sigla diferente. Note-se bem as palavras do maior partido da oposição: “a diminuição dos custos do trabalho não deve ser uma prioridade”. Também aqui, as palavras são claras e tudo dizem. Não ser uma prioridade não é ser-se contra. Antes pelo contrário.