Não percebo estas homenagens de palmas
Não percebo estas homenagens de palmas. Não percebo, de verdade. Não é por mal.
Os outrora “minutos de silêncio”, minutos de pesar, de introspeção, de consternação e de respeito, têm vindo a ser substituídos gradualmente por minutos de palmas. Se no caso de um artista do teatro ou do desporto consigo entender a ideia como uma última salva de palmas terrena depois de tantas outras dadas em vida — vidas de palco, vidas de espetáculo —, no caso de atentados terroristas, de catástrofes naturais ou acidentes, de verdadeiras tragédias, não consigo perceber qual é o alcance de se brindar as vítimas com uma salva de palmas.
Um terrorista atropela treze pessoas nas ramblas em Barcelona; homenageia-se as vítimas com uma salva de palmas. Desculpem mas não entendo nem me parece apropriado. São os novos tempos e os seus novos conceitos.