Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

Porto de Amato

Porto de abrigo, porto de inquietação, porto de resistência.

Porto de Amato

Porto de abrigo, porto de inquietação, porto de resistência.

Nacionalidade para lá dos "afetos"

Esta questão de atribuir nacionalidade portuguesa a filhos e a netos de emigrantes devia ser analisada com muito detalhe, assim como as suas consequências lógicas sobre aquilo que significa ser-se português ou doutra qualquer nacionalidade. Sim, proponho que nos desliguemos, por momentos, da “embriaguez dos afetos” do nosso Presidente, que é só conversa fiada para entreter desocupados e estúpidos entre selfies, abraços e aclamações sem sentido absolutamente nenhum. Não é por acaso, que também o Primeiro-ministro se cola aos “afetos”. Claro que sim. Como não havia de se colar? Percebe-se bem a razão de ser. Ele é o chefe de um governo de entretenimento de massas e, enquanto as massas estão entretidas com festinhas de “afetos”, a vida dele corre bem.

 

Por que razão um indivíduo que nunca pôs os pés em Portugal, há de ter nacionalidade portuguesa? Vamos mais longe: por que razão alguém que apenas mete os pés em Portugal durante o bom tempo de agosto, há de ter a nacionalidade portuguesa? O que é isto de ser português, afinal? O que é isto de ser um cidadão português e de exercer a sua cidadania? Pode-se ser cidadão de um país ou cidade quando nela ou nele não se vive? Pode?! Quando um neto ou filho de emigrante exerce o seu direito de voto, fá-lo a pensar nos seus interesses no contexto de Portugal ou no contexto do Brasil, ou da França, ou da Suíça, ou de onde quer que passe onze dos doze meses do ano?

 

Ainda há bem pouco tempo, pensei nesta questão a propósito das violentas manifestações da comunidade turca na Holanda. Quando forem chamados a votar, quer num país, quer noutro, como é que aquela comunidade decidirá o seu voto nas questões que opõem os dois países? Será esta questão irrelevante? Será este o nosso conceito de democracia nesta aldeia global do dinheiro?

 

Gostava que estas questões fossem analisadas com a seriedade que merecem em vez de serem abordadas, pela boca do Primeiro-ministro, com o ludíbrio dos “afetos” dos netinhos do senhor Presidente da República que vivem no Brasil. É que o problema é muito mais sério do que isso.

publicado às 12:36

Mais sobre mim

imagem de perfil

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2023
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2022
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2021
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2020
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2019
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2018
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2017
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2016
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2015
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2014
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
Em destaque no SAPO Blogs
pub