"i" de imbecil
Ontem, no dia do aniversário da morte de Zeca Afonso, o jornal i decidiu colocar em letras gordas de primeira página o título: “30 anos sem Zeca Afonso, o cantor revolucionário que nunca quis ser comunista”.
Este título corporiza uma certa linha argumentativa que tenho ouvido repetida amiúde — normalmente vinda de malta de direita que descobriu que é cool ouvir Zeca Afonso mas que não quer ser conotada com cenas esquerdalhas — de que Zeca Afonso era revolucionário mas não tinha nada a ver com comunismos.
Até é capaz de ser verdade: o Grândola Vila Morena será mesmo, em verdade, uma canção sobre o sucesso do modelo capitalista no governo de uma vila do litoral alentejano...
É verdade que Zeca Afonso nunca foi um militante comunista, mas será que isso faz dele um não comunista? Para um i(mbecil), claramente, faz.