Fazer CVs é para totós
Tenho um passatempo que hoje partilho aqui no blog. Consiste no seguinte: de cada vez que ouço ou leio uma opinião num espaço televisivo ou num jornal faço uma pesquisa sobre o nome e a biografia associada ao comentador em questão.
Em regra geral os resultados são estupendos. Encontra-se com assaz facilidade jornalistas, analistas económicos ou políticos, bem colocados profissionalmente mas sem qualquer formação ou com formação incompleta na área ou, melhor, numa área não compatível. Também existem os que adquiriram os certificados muitos anos depois de exercerem os cargos respetivos embora, ainda hoje, estando o país fartamente dotado de instituições de ensino superior de conveniência, subsistam vários “profissionais” que tão pouco se dão a esse trabalho. Muitos destes personagens são ainda professores catedráticos em diversas universidades ou escolas superiores convidados para partilhar um pouco da sua brilhante experiência.
Depois penso que há pessoas com muita sorte. Há pessoas que não têm que enviar centenas de CVs e receber centenas de rejeições para empregos, para os quais se formaram e prepararam especialmente, só para conseguirem uma ocupação a recibos-verdes num call center qualquer. Com efeito, há pessoas que ainda não têm qualquer formação e logo são convidadas para trabalhar no jornal A ou na empresa B. Desconfio que nunca terão escrito um Curriculum Vitae na vida. Fazer CVs é para totós, é o que é.
Tenho um punhado de nomes na manga para partilhar aqui, mas tomei a decisão de não o fazer. Por um lado, perco a oportunidade de os apontar, um por um, de produzir uma lista exaustiva para lhes poder dizer claramente que sei como eles chegaram onde chegaram e de que esse processo faz deles submissos e não livres em toda a atividade que desenvolvem, eternos lacaios dos seus padrinhos, particularmente enquanto comentadores. Por outro lado, evito fazer qualquer tipo de promoção a cada um desses medíocres personagens que, já sei, adoram que falem deles.
Assim é muito melhor: eles sabem bem quem são. Qualquer um pode saber, basta googlar. Espero, deste modo, conseguir que mais companheiros e companheiras se juntem a mim neste passatempo e que possamo-nos juntar com alguma frequência para mostrar e trocar os nossos cromos.