Em Espanha, como em Portugal
Hoje cumpre-se o obrigatório dia de reflexão em Espanha cujo propósito se deve ao importante dia de amanhã que abraçará as eleições legislativas nacionais. Fruto da globalização dos meios e vias de comunicação sobretudo no mundo ocidental, também se verifica uma espécie de globalização de estados de alma e de correntes políticas.
Em Espanha, como em Portugal, vive-se o tempo dos “movimentos de cidadãos”. Como detesto a expressão! Como abomino o conceito! Porque é falso, porque é oco. E é tão detestável verificar que nenhum destes movimentos apresenta algo de novo ou algo que force uma rotura com o sistema. Pelo contrário, o que nos é apresentado é um punhado de boas intenções, de boas práticas e de muita “seriedade”. Ora, isso é o mesmo que dizer nada. Isso é entender que os problemas dos países, os problemas sistémicos, são afinal problemas de forma e não de conteúdo.
Infelizmente, em Espanha, como em Portugal, esta mensagem falsa e oca passa e cola porque vai precisamente de encontro ao que as populações entendem. O problema, todavia, não está na falta de “homens sérios”. O problema está no sistema que, ativamente, os corrompe. Olhemos, portanto, para nós mesmos antes de apontarmos o dedo aos outros.
Façamo-lo hoje e sempre.