Ainda sobre os colégios privados
- Escrevo este post ainda sobre esta temática asquerosa porque a asquerosa temática persiste em inundar a ordem do dia, não obstante não possuir um pingo de sustentabilidade lógica ou de legitimidade.
- Noto, com sentimento de profunda repulsa, o facto que concorre para o anterior de que diversos pivots/jornalistas da televisão pública e privada se associarem de modo mais ou menos não declarado a tão absurda contenda usando blusas ou gravatas de cor amarela.
- O movimento dos colégios privados acha bem fazer uso de jovens e crianças nas suas manifestações.
- Alguns encarregados de educação já denunciaram que os seus filhos são obrigados a participar das encenações e que perdem aulas por causa da fantochada.
- Com o ponto (3.) e com o ponto (4.) ninguém parece verdadeiramente importar-se.
- Ao contrário do que se diz, é importante sublinhar que as condições materiais e estruturais dos colégios privados são, em regra, muitíssimo piores do que nos estabelecimentos públicos.
- Muita gente mostra-se preocupada com o futuro de professores e funcionários dos colégios privados.
- Coincidentemente, nunca se preocuparam com a legião de professores que foram afastados do ensino público no início desta crise.
- Uma nota: foram muitos, muitos mais, do que estes de que agora se fala.
- Também ninguém se preocupa com as condições laborais dos trabalhadores dos colégios privados.
- Na maior parte dos casos, os vencimentos são inferiores e os vínculos precários.
- Os colégios privados preparam agora uma enorme manifestação em frente ao parlamento.
- Diz-se que já estão a fretar camionetas.
- Parece que o ato de fretar camionetas, na cabeça de muita gente, só é indecente nas manifestações dos sindicatos.
- Esperemos para ver a atuação da polícia de intervenção nesta manifestação, sempre tão lesta para aplicar bastonadas em manifestações pacíficas e ordeiras de trabalhadores a lutarem pelos seus direitos.
- Esperemos — acima de tudo! — que o primeiro-ministro não vacile face ao lobby, face ao irracional, face ao disparate.
- Não ponho as mãos no fogo pelo número anterior (16.).
publicado às 09:11