A proposta de referendo do Bloco
A ânsia pelo mediatismo, por preencher as primeiras páginas dos jornais, pelo populismo, do Bloco de Esquerda são demasiado evidentes para que não se deixe de apontar o dedo, para que, pessoas decentes, intelectualmente honestas e com alguma cultura não deixem de tomar posição e exigir que o Bloco não seja mais um agente que, à esquerda, descredibiliza e desacredita os movimentos progressistas.
Já aqui havia escrito sob mais uma simultaneamente patética e bombástica proposta do Bloco de Esquerda: o referendo ao tratado orçamental ou à própria permanência na União Europeia — não se percebe bem sobre o que realmente seria o referendo, pois nas palavras de Catarina Martins seria “um referendo para tomar posição contra a chantagem”.
Desde logo, o que atribui a condição de patética à proposta é o facto de ser inconstitucional: “a Constituição não admite referendos revogatórios de decisões já tomadas”, nas palavras de António Filipe.
Mas quando vamos ao concreto, qual seria a posição do Bloco sobre a matéria? Mariana Mortágua, ao Sol, diz que o Bloco é pela permanência de Portugal na União Europeia — o que, em abono da verdade, é coerente com todas as posições do Bloco sobre a questão europeia. Ah, então já percebi: esta proposta de referendo é mesmo apenas e só uma farsa, uma palhaçada digamos assim, para o Bloco pontificar nos grandes títulos dos jornais, uma brincadeira irresponsável com o povo e com o país. O Bloco pretende um referendo sobre uma coisa para apelar a que fique tudo na mesma!
Para terminar, fica ainda este vídeo que encontrei na rede. É sobre a inconsistência do Bloco de Esquerda. É sobre aquela febre de que o Bloco permanentemente padece em cavalgar a onda do mediatismo e do populismo.