A diferença de um D
O plano de propostas do PS é importante não pelo que é mas pelo que representa.
O que é não é mais que um saco de intenções infundadas e por vezes perigosas. A metáfora constitui ilustração suficiente.
O que representa é, estruturalmente, uma ideia de colagem ao plano da troika e da austeridade, a manutenção de um paradigma aqui e ali pontualmente aliviado mas sem se saber efetivamente como.
Não existe, sejamos claros, mudança de paradigma: não há um plano consistente para tornar Portugal num país produtivo. A aposta no consumo interno é importante e fundamental, mas terá que ser sustentada em algo mais que um castelo de areia. É preciso um plano que faça do estado um dínamo capaz de impelir a economia para a exploração dos recursos humanos e materiais do país e para a criação de emprego ao invés do que, pelo contrário, tem sido. É fundamental que o estado o faça, visto o setor privado não assumir esse papel, como aliás era expectável. E sobre isto nada é dito. Sem um tal plano, Portugal continuará a definhar como um país periférico de serviços pouco geradores de capital e pouco influentes na balança comercial. Do mesmo modo, nada se diz de concreto e de relevante relativamente ao estado lastimável e mesmo desumano em que se encontra o mercado de trabalho e as relações laborais. Sem uma inversão drástica das políticas seguidas neste domínio, por muita riqueza que o país gerar ela não será capaz de circular saudavelmente pela sociedade e acumular-se-á, inevitavelmente, nos bolsos da classe patronal.
No mais, persiste um ataque mais ou menos declarado à segurança social e, especula-se, às restantes funções sociais do estado quer por um rompimento declarado da relação de confiança cidadão-estado no que diz respeito às expectativas geradas, quer por uma estruturada aniquilação de receitas que, em boa verdade, constitui uma estratégia já duradoura no tempo.
Entre o PS e o PSD há efetivamente uma diferença: um D.