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Porto de Amato

Porto de abrigo, porto de inquietação, porto de resistência.

Porto de Amato

Porto de abrigo, porto de inquietação, porto de resistência.

Galpgate: a pergunta

De que vale que os secretários de Estado da Internacionalização, dos Assuntos Fiscais e da Indústria se tenham demitido a propósito das viagens que lhes foram oferecidas pela Galp? Neste ponto, até terão procedido da forma moralmente correta, mas isto é apenas uma encenação de boas maneiras que não pode apagar o verdadeiro problema que reside a montante. Não podem estas demissões constituir um lavar de mãos à Pilatos no que ao interesse do governo diz respeito e serem rapidamente substituídas por outras figuras que se comportem exatamente da mesma maneira. Não se pode legitimar um ciclo vicioso de malfeitorias, demissões e substituições.

 

Devemo-nos perguntar o que ninguém — ministério público incluído — se pergunta neste caso Galpgate: que favor é que o governo fez à Galp para que os seus secretários de Estado tenham recebido aqueles presentes? Eu até tenho conhecimento de alguns. Lembram-se dos despachos assinados à pressa e fora da lei de requisição de serviços mínimos dias antes de greves ameaçadoras dos lucros da empresa? Não terão estes, todavia, sido os únicos favores mas isto é que devia ser o cerne da investigação.

 

Esta relação de promiscuidade imunda entre governo e burguesia já se encontra tão impregnada na sociedade que já não conseguimos distinguir a moral da coisa. Já não há lavagem que valha a este abjeto regime de capitalismo de estado que prevalece em Portugal.

publicado às 09:01

PS quintessencial

Eu acho que notícias como esta que aparece nos jornais de hoje sobre as escandalosas benesses que este governo está a conceder à grande burguesia portuguesa é que deviam ser analisadas com cuidado.

 

Isto é o PS quintessencial: mais do que a promoção de um regime tributário desequilibrado entre trabalhadores e patrões a favor destes últimos, é o entregar de mão beijada da riqueza de todos nas mãos da burguesia. Vem-me à memória as parcerias público-privadas e os estágios gratuitos. Recordo-me também dos postos de trabalho precários pagos dos bolsos da enferma segurança-social aos grandes capitalistas deste país apenas com o objetivo de lhes engordar os seus já morbidamente obesos proveitos. Trata-se de inovação e de repetição da mesma repugnante fórmula.

 

Adicionalmente, todos percebem bem ou, pelo menos, desconfiavam de patranhas desta estirpe para sustentar os resultados económicos apresentados por este governo. Esta, pelo menos, já se conhece. Outras estarão, seguramente, para vir à tona.

 

A esquerda devia preocupar-se com isto e não com mais esta ou aquela migalha concedida a esta ou aqueloutra classe. As migalhas tanto se dão como se tiram, de um dia para o outro. O que fica para a posterioridade, a corroer o país por dentro como um cancro invasor, são políticas deste género. Este tipo de notícias é que devia de exigir de PCP e BE posições de força irredutíveis. Caso contrário, serão sempre considerados como coniventes parceiros inferiores destas mesmas políticas.

publicado às 09:19

"Como não sou mulher, não me preocupa"

entrevista que saiu hoje no Público a Rui Moreira é muito boa. Aliás, aproveito para saudar os jornalistas envolvidos, Manuel Carvalho e David Dinis, dois nomes que já critiquei neste blog, pela qualidade das perguntas endereçadas a Rui Moreira. Outras ficaram, seguramente, por fazer, mas algumas das que foram feitas foram de natureza absolutamente preciosa. Refiro-me particularmente à parte relativa ao escandaloso caso Selminho.

 

Por que afirmo isto? Porque tiveram o condão de desvendar a natureza do caráter de Rui Moreira para qualquer leitor minimamente atento. A entrevista merece ser lida com atenção para se poder perceber bem alguns dos meandros deste caso. Destaco, contudo, os seguintes trechos.

 

Público: Há três nomeados para esse Tribunal Arbitral. De um lado está a Câmara a que Rui Moreira preside, do outro lado está a empresa de que Rui Moreira é accionista e há um terceiro elemento estabelecido por comum acordo entre a Câmara a que Rui Moreira preside e a empresa da qual Rui Moreira é accionista. Não é, politicamente falando, uma formulação que o expõe a qualquer acordo que saia desse tribunal?

Rui Moreira: Não, como não intervenho no processo, não serei eu… (...)

 

Note-se como se fazem as vigarices neste país. Como é possível que se possa resolver um diferendo desta natureza desta forma?! Como pode um tribunal autorizar uma tal solução?! Como é possível que Rui Moreira não sinta um pingo vergonha ou embaraço por esta situação?!

 

Público: (...) Não receia que o princípio da mulher de César lhe dificulte a campanha?

Rui Moreira: Como não sou mulher, não me preocupa. (...)

 

A resposta continua, é certo, mas esta primeira frase atesta a arrogância do personagem. Como não é mulher, não o preocupa. Porque no seu entender o dito popular apenas é aplicável ao outro género.

 

Fico-me por aqui. O povo escolhe os seus representantes conforme bem entende. Normalmente, escolhe-os à sua imagem e semelhança. Não tenho dúvidas de que Rui Moreira vencerá as próximas autárquicas, facto que lamento profundamente por antecipação. É que não me sinto bem por saber que uma autarquia, ainda que não a minha, tenha um indivíduo desta estirpe de caráter na sua presidência.

 

O caso Selminho não é grave, porque o caso Selminho é evidente, não dá para esconder. Graves serão todos os outros casos tratados de modo semelhante, todos os casos de promiscuidade sórdida entre o poder local e os interesses económicos privados — de alguns já vamos ouvindo notas soltas aqui e ali —, casos de que teremos conhecimento, seguramente, quando Rui Moreira estiver já longe do Porto, talvez nalgum governo do país.

publicado às 08:39

Uma pergunta sobre as offshores

Será que se Passos Coelho e seus compinchas se tivessem calado um bocadinho com os fait divers sobre o Ministro das Finanças ter ou não ter mentido, estaríamos hoje a debater o caso dos dez mil milhões nas offshores?

 

A minha intuição diz-me que não.

 

Este assunto não tem interesse nenhum a não ser como uma bofetada na face dos apóstolos do antigo governo PSD-CDS e é usado apenas na justa medida de uma retaliação. Mais: nada de substantivo será produzido a partir desta questiúncula. Lembram-se? Não era esse o objetivo.

 

Retire-se, portanto, o dramatismo à coisa. Trata-se de jogatana política pura e dura. Os milhares de milhões não param nem pararão de fluir deste país, seja para o Panamá, seja para uma ilha qualquer do Pacífico. E sempre, sempre, com a benção sentida quer de PSD-CDS, quer de PS. Isto é o capitalismo no seu esplendor!

 

http://editorialcartoonists.com/cartoons/ZygliA/2016/ZygliA20160406A_low.jpg

 

publicado às 16:18

Até fazer ferida

Ontem dei-me conta de que o estado anda a pagar principescamente a um tal de Sérgio Monteiro — trinta mil euros brutos por mês — para que este venda o Novo Banco. É verdade: é esta a única missão de Sérgio Monteiro enquanto assalariado do governo português.

 

A produtividade de Sérgio Monteiro tem sido, todavia, miserável: em mais de um ano de atividade, catorze meses a auferir trinta mil euros, mais de quatrocentos mil euros depois — para ser mais preciso —, Sérgio Monteiro não só não logrou cumprir a sua única missão, como as propostas que angaria são cada vez mais insatisfatórias. Dizia José de Pina no Irritações, e com toda a argúcia, que pelo andar da carruagem Sérgio Monteiro poderá comprar a breve trecho, ele próprio, o Novo Banco com o dinheiro que o Estado lhe está a pagar. Irónico? Repugnante?

 

A este respeito, duas notas breves.

 

A primeira é, uma vez mais, a simbologia repulsiva da coisa. O Estado emprega e paga a uma figura de proa da austeridade e do executivo anterior, um indivíduo responsável pelo vilipendiar da coisa pública, do dar ao desbarato de empresas como a REN, a EDP, os CTT ou a TAP. Até parece, tal como no caso de Paulo Macedo, que não existe mais ninguém capaz de levar a cabo a tarefa. Mas não é verdade. A verdade é que este governo é farinha do mesmíssimo saco que o anterior. Deixemo-nos de coisas, portanto.

 

A segunda nota é a seguinte. As pessoas que tanto gostam de apregoar a equiparação do público ao privado, mesmo quando o que é público não tem termo de comparação no setor privado, deviam defender para Sérgio Monteiro um estatuto precisamente igual aos vendedores de imóveis do setor privado, como os da RE/MAX ou da ERA, que apenas ganham as comissões daquilo que vendem. Também aqui se vê a falta de coerência, particularmente dos setores mais à direita. Quando estão em questão trabalhadores comuns, a opinião é uma. Quando estão em causa gestores de topo, o referencial é outro. Neste último caso, a lei é chupar a teta estatal até fazer ferida.

 

http://www.transportesemrevista.com/Portals/6/Entrevistas/SET_sergioMonteiro/SERGIO-MONTEIRO-3.jpg

 

publicado às 11:10

A maior crise de sempre do jornalismo

Abri hoje o Público para dar de caras com um editorial, assinado pelo diretor do jornal, no qual se ensaia um muito pouco convincente contraponto àquela tese que tem vindo a ser veiculada de que o jornalismo viverá atualmente a sua maior crise de sempre. Pode parecer estranho chamar-se de tese a uma afirmação que aparenta não carecer de demonstração, mas mantem-se a terminologia por respeito a uma abordagem minimamente científica.

 

Se o jornalismo vive ou não a sua maior crise de sempre, não é realmente muito relevante. O que interessa mesmo é constatar que a maior parte do jornalismo atual é uma espécie de escória, uma amálgama de sujidade desprovida de princípios ou de caráter. Veja-se o sucesso que a página do Facebook Os Truques da Imprensa Portuguesa tem tido, denunciando a forma como as notícias são criadas, a parcialidade com que a realidade é descrita, clarificando, no fundo, o papel de lavagem cerebral ao qual a generalidade dos media se devota no seu dia-a-dia. Questionar se é pior agora do que há cinquenta anos, se agora fede mais a mediocridade intelectual do que antes, até pode constituir uma discussão interessante, mas não será, seguramente, a mais relevante das discussões.

 

É que a realidade é esta e é indesmentível. A realidade é que os jornalistas fazem o papel, mais ou menos voluntário, de escrever o que lhes é ditado superiormente e aquela ideia inocente do jornalismo enquanto sinónimo de informação não é mais que uma ilusão, uma quimera que nos é semeada no subconsciente desde tenra idade. E é aqui que é importante que se diga que o problema do jornalismo é justamente a existência de diretores de jornais, de diretores editoriais, de chefes de redação sem competência, sem currículo para ocuparem os lugares que ocupam e que só os ocupam por serem excelentes yes man's, excelentes vozes do dono. O parco currículo que detêm, construído precisamente do modo descrito, denuncia o seu papel em todo este processo que resulta neste tipo de jornalismo e no seu estado atual.

 

Poupem-nos, portanto, à habitual linha argumentativa dos Velhos do Restelo. Não cola.

 

http://brutalgamer.com/wp-content/uploads/2014/09/175862-header.jpg

 

publicado às 11:14

Sobre a mediocridade à venda nos CTT

Hoje aconteceu ver a minha rotina quebrada com uma visita a um posto dos correios. Fiquei deveras espantado: é incrível a mediocridade em forma de livro que lá é vendida. Há de tudo: romances de cordel, biografias patéticas e autobajulantes, manuais de autoajuda... escolha-se o que seja de melhor agrado.

 

https://silverbirchpress.files.wordpress.com/2013/08/mick-stevens-i-m-looking-for-a-book-by-t-what-s-his-face-boyle-new-yorker-cartoon.jpg

Assim, é fácil perceber como certos autores são tão bem sucedidos nas vendas: até nos CTT estão lá, arreganhados com a tag “sugestão da semana” em cima. Já não chegava os continentes e os pingo doces a colocá-los junto às promoções do dia, já não bastava que as livrarias comerciais também não tivessem um pouco de ética nas suas escolhas de montras e expositores, já não bastava, enfim, a fossa em que a qualidade literária média caiu na sociedade contemporânea. É assim que se constrói o unanimismo. É assim que se constroem os falsos ídolos no que à literatura diz respeito.

 

Estes autores — não interessa estar aqui a discriminar — são literalmente enfiados pela goela abaixo dos leitores menos avisados culturalmente, que, por não lhes ser dado a conhecer nada de melhor, confundem o que leem com qualquer coisa parecida com destreza artística. A História, porém, como crivo de mediocridade que é e que nunca deixará de ser, não deixará registo de um único exemplar daqueles que pontificam nas prateleiras dos CTT. É pena é que ninguém seja responsabilizado por isso.

publicado às 22:10

Uma nota de rodapé sobre o “Jogo Duplo”

É interessante notar que a Operação Jogo Duplo visa desmontar um esquema de viciação de resultados envolvendo apenas as equipas da segunda divisão de futebol portuguesa. Os montantes em causa deverão estar na ordem das centenas de euros, vá, que sejam milhares. Quanto à primeira divisão, ou primeira liga como se lhe quiser chamar, onde os montantes movimentados seriam sempre multiplicados por dez ou por cem, pelo menos, nem uma suspeita! É deveras interessante constatar este facto!

 

Parece que, para quem de direito, quanto mais dinheiro se movimenta, mais sérias são as pessoas! Qual mundo de fantasia em que vivemos... Por mim, desconfio que uma investigação séria e transversal, a ser feita, faria com que o caso Calciocaos, que abalou o futebol italiano há cerca de sete anos, fosse visto como uma brincadeira de crianças.

publicado às 11:14

Os Papéis como sintoma

Hoje fui à Autoridade para as Condições de Trabalho. Cheguei cedo, ainda era muito cedo, o sol ainda espreitava tímido no céu azul e os seus raios finos e tenros mal conseguiam perfurar as paredes de prédios cinzentos que ladeavam a avenida. Mas o meu conceito de cedo revelou-se desajustado com a realidade daquela sala de espera.

 

Encontrei uma vintena de pessoas que, como eu, esperavam, ansiosas por resolver os seus problemas laborais ou, no máximo, colher um feixe de esperança que, ainda que ténue, os guiasse para uma luz ao fundo do túnel.

 

Isto é o reflexo do estado do país, do estado lastimável da sociedade. Não são nem Panamá Papers nem outros mega processos jornalístico-judiciais que o mostram. O estado do país vê-se aqui. O resto é foguetório para entreter a malta.

 

A raiz dos problemas revela-se aqui, no ACT, onde cada sala de espera apinhada devia envergonhar cada governante sobre o estado do trabalho, sobre o desequilíbrio de forças que existe no nosso país e sobre as consequências nefastas que se multiplicam na distribuição da riqueza e na justiça social.

 

Nada disto é genuinamente surpreendente. Estas salas abarrotadas são o resultado de vários anos de políticas que forçaram o desequilíbrio de forças entre o patronato e o operariado, com vantagem evidente para o primeiro, ainda que com o obséquio ativo do segundo. E é precisamente aqui que radica tudo o resto, a acumulação obscena de riqueza e, consequentemente, casos como este que agora preenche todas as primeiras páginas, os Papéis do Panamá.

 

Os Papéis não são causa de nenhum problema, são apenas sintoma. Simplesmente é-nos conveniente pensar o contrário.

publicado às 12:17

Panamá quê?

Já não tenho paciência para estes casos. Lamento, mas já não tenho. Nem para os nomes apelativos que os promotores encontram para os apelidar. Panama Papers dará, decerto, um excelente título para uma meia dúzia de livros de auto nomeada investigação, bem como pelo menos uma longa metragem no “bom” estilo de Hollywood.

 

As sociedades ocidentais entretêm-se, por ora, com o escândalo, envolvidas num já visto e recorrente estado de surpresa histérica e de alarme. Os jornais e as televisões carecem de outro assunto e doseiam, como tão bem sabem, as novidades, dia após dia, comentando e espremendo o não-assunto ao máximo. O que se seguirá será a também habitual súbita amnésia coletiva.

 

O povo participa, como sempre, desta dança macabra. Quando se lhes pergunta, a uns ou a outros, o que fazer, então, com tamanho escândalo, encolhem os ombros. Segue-se um silêncio tumular apenas quebrado por frases tão ocas quanto “isto é a ganância e a falta de ética de alguns”, o que, em boa verdade, não responde à questão. Antes, desculpa a situação, querendo efetivamente dizer que deve ficar tudo na mesma.

 

É exatamente disto que já não tenho paciência. Quando alguém ousa propor um maior controlo das economias pelos estados democráticos, uma maior transparência que inclui uma quebra de relações económicas com todo e qualquer paraíso fiscal, uma distinta responsabilidade social por parte desta burguesia acumuladora de capital e, por fim, uma distinta distribuição de riqueza, quer em forma, quer em conteúdo, esse alguém é imediatamente enxovalhado com uma série de preconceitos e votado ao ostracismo.

 

Este tipo de medidas, que efetivamente contêm em si o potencial de erradicar casos como o Panama Papers, não colam, não medram, entre o povo. O povo recita frases imbecis como “Se se fizesse isso, havia fuga de capitais” ou “Os capitalistas é que criam trabalhos e riqueza”, entre outras, recitam-nas melhor do que as passagens mais batidas da eucaristia, e empurram com a barriga para a frente, aceitam de bom grado a recorrência destes incidentes. Porquê?

 

A razão é simples. Faça-se esta pergunta a uma pessoa qualquer que encontremos na rua, no autocarro, no café ou no trabalho: “O que faria se estivesse no lugar destes que foram apanhados a lavar dinheiro?”. A resposta não é surpreendente e é provável que você mesmo, você que está a ler neste preciso momento as palavras que escrevo, esteja a dá-la mentalmente: “Faria exatamente o mesmo ou pior. Procuraria era não ser apanhado.” Acertei?

 

A resposta não é surpreendente mas é elucidativa. Elucida-nos sobre o sucesso generalizado, em termos de aceitação, do sistema capitalista entre os povos do mundo. É exatamente esta ilusão de liberdade, esta ilusão de podermos ganhar muito dinheiro com pouco trabalho, sem produzirmos o que quer que seja, e podermos acumulá-lo em algum cofre de algum lugar recôndito, sem darmos sequer um tostão a ninguém, que apela ao mais íntimo e selvagem do Homem e o seduz.

publicado às 09:57

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