Gostamos de ser enganados
Acho piada às pessoas que discordam das minhas opiniões sobre Cuba e sobre Fidel, desconfiando da factualidade dos meus relatos, mas ao mesmo tempo, contrapõem com opiniões de personagens como José Manuel Fernandes.
Sejamos bem claros: uma boa parte da população prefere crer em indivíduos que mudam de opinião consoante o seu proveito, que depois do Vinte e Cinco de Abril de 1974 andavam a apregoar a revolução cultural popular e a superioridade do pensamento de Mao Tsé-Tung, empunhando bandeiras de partidos como a União Democrática Popular, e que depois, em tempo oportuno, como que viram a luz, como que tiveram uma epifania, convertendo-se ao sistema capitalista, rendendo-se em toda a linha ao mais tétrico conservadorismo ideológico.
As pessoas preferem acreditar-se nas opiniões destes opinion makers, que mudam radicalmente de opinião literalmente da noite para o dia. As pessoas preferem acreditar-se em tais indivíduos, mercenários da caneta, de coluna vertebral vestigial, talvez por se identificarem com eles, quem sabe? Só tenho uma coisa a dizer: façam um bom proveito! E aproveitem também para assistir aos documentários dos bons media que já nos presentearam, entre outras, com a maior fraude noticiosa de todos os tempos: o primeiro passo do Homem na Lua.
Vejam bem a bandeira dos Estados Unidos ao vento, como se houvesse vento na Lua...
Nada acontece por acaso. Não é por acaso que estamos como estamos. Deixamo-nos enganar. Deixamos que nos enganem. Gostamos de ser enganados.