O problema da sociedade, segundo Stephen Hawking
No dia oito de agosto de dois mil e quinze o cientista Stephen Hawking deu uma entrevista ao site reddit.com onde respondeu a várias perguntas que lhe foram colocadas. Numa delas, Hawking é confrontado com a possibilidade de a crescente automatização dos meios de produção poder colocar em causa o lugar do ser humano na sociedade dando lugar a um desemprego massivo. A sua resposta é simplesmente brilhante:
Se as máquinas produzirem tudo de que precisamos, o resultado vai depender de como as coisas são distribuídas. Todos podem desfrutar de uma vida de luxuoso lazer se a riqueza produzida pelas máquinas for compartilhada. Ou a maioria das pessoas pode acabar miseravelmente pobre se os donos das máquinas se se posicionarem com sucesso contra a redistribuição da riqueza. Até agora, a tendência parece apontar para a segunda opção, com a tecnologia conduzindo para uma desigualdade cada vez maior.
Para Hawking o problema não são as máquinas, o problema é o sistema de redistribuição de riqueza. O problema, se lhe quisermos dar um nome, chama-se capitalismo.
Já tinha escrito algo do género aqui no blog: se pensarmos na evolução industrial, na história dos meios de produção, nunca como hoje os custos foram tão baixos e os proveitos tão elevados. Isto é algo de indesmentível. Não obstante alguns ganhos significativos para os povos, sobretudo os do ocidente, é igualmente claro que esses ganhos são irrisórios se comparados com os ganhos da burguesia em todo o processo.
O problema está aqui, na distribuição da riqueza. Hawking não foi o primeiro cientista a dizê-lo. Todavia, acho que não é necessário um cientista para o perceber.