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Porto de Amato

Porto de abrigo, porto de inquietação, porto de resistência.

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Evidência sobre insondabilidade do povo e a "nova esquerda"

Em verdade, as razões que sustentam as escolhas democráticas do povo são insondáveis.

 

Quem imaginaria, no seu perfeito juízo, que após a canalhada de governação do Syriza na Grécia, subjugando-se totalmente ao diretório de potências europeu, adotando toda e ainda mais alguma da austeridade contra a qual erguia bandeiras antes de ser governo, o Bloco de Esquerda e o Podemos, partidos totalmente colados politicamente a essa “nova esquerda” encabeçada pelo Syriza, obtivessem os seus melhores resultados eleitorais?

 

Para mim, que me considero de esquerda e que me considero com um mínimo de racionalidade lógica é algo de verdadeiramente surreal. O que é que o povo pensa afinal? Mais importante: o que é que o povo de esquerda pensa? O povo olha a situação, observa os factos que são claros e decide-se deste modo, como que suportando um movimento que tem dado provas de não possuir uma verdadeira alternativa ao sistema. O que podemos esperar do Bloco de Esquerda e do Podemos se acaso chegarem ao poder, se não uma réplica local da ação do Syriza grego? De que evidências dispomos, que sinais esses partidos nos dão, para podermos pensar o contrário?

 

A “nova esquerda” não é, com efeito, revolucionária: é apenas reivindicativa. A “nova esquerda” não pretende a transformação do sistema e das suas estruturas: pretende apenas operar uma maquilhagem sobre a sua face. A “nova esquerda” não tem sequer teoria para aplicar na prática: fica-se apenas por um conjunto de boas e de justas intenções. Sobre como levá-las à prática... isso é outra história. E é por isso que a “nova esquerda” não é mais do que uma perda de tempo. Falta-lhe cultura e História. Falta-lhe ler os clássicos. E talvez não seja necessário procurar mais longe: talvez seja exatamente aqui que radiquem os seus mais recentes sucessos eleitorais, condenados, consequentemente, à efemeridade.

publicado às 13:44

Cinco dias e cinco noites

Deixei passar cinco dias e cinco noites sem escrever aqui no blog. De seguida, deixo algumas notas sobre o que tem acontecido nestes dias.

 

O Partido Comunista tem sido atacado de todos os lados e tem sido alvo de todo o género de argumentação muita dela espumada daquele preconceito secular que se sustenta na inveja e na ignorância. Todos procuram navegar na crista da onda que foi a derrota nas presidenciais. Todos procuram ser os primeiros a anunciar o ambicionado fim do PCP e do movimento comunista em Portugal. De notar, neste particular, a preponderância e o protagonismo de muitas partes que se dizem de esquerda.

 

É interessante notar que o Partido Comunista tem tido nestes dias o espaço mediático que nunca antes teve, ocupando espaço opinativo anteriormente vedado. Servem para este propósito todo e qualquer pretexto, inclusivamente a infeliz adjetivação de Jerónimo, “engraçadinha”, que rapidamente assumiu proporções surreais. Se o que disse Jerónimo não parece interessar a ninguém, muito menos interessará o que Jerónimo realmente terá procurado dizer e sobre isto poder-se-ia discorrer muitíssimo.

 

Mas a contradição reside aqui mesmo. O candidato apoiado pelo Partido Comunista Português obteve escassos quatro pontos percentuais de votação relativa mas, ainda assim, revolvem-se os espectros da comunicação social agoirando a morte do comunismo, apressam os comentários, remoem-se os preconceitos e as difamações fáceis, desmultiplicam-se os ataques. Creio que o Partido Comunista é o único partido português que, com escassos quatro pontos percentuais de votação, assusta e apoquenta tantas e tantas forças contra si.

 

Ao mesmo tempo assistimos serenamente ao processo autodestrutivo deste governo cuja atuação é desconcertante e desprovida de qualquer tipo de estratégia inteligível. A Europa tem um partido bem definido, toma partido e começa agora a falar mais grosso do alto da prepotência do capital que a criou.

 

O governo começa a deixar cair medidas orçamentais, uma atrás da outra, escudando-se na sua própria covardia, isolando-se cada vez mais, encurralado entre a Europa e a esquerda, ambas com acordos na mão. Mas mais relevante é este governo ver-se popularmente diminuído e deslegitimado, facto resultante das últimas eleições e que, ultimamente, traça o seu fim próximo.

 

Passo Coelho, por seu turno, continua a comportar-se como se ainda fosse Primeiro-ministro. O seu discurso é impermeável de realidade e de responsabilidade, de memória ou decência. Fala qual personalidade carregada de virtudes e credora da admiração de todos. Nota-se, contudo, que a atitude e o discurso não são por acaso. Ouvir o povo referir-se a Pedro Passos Coelho chega a ser embaraçoso. O povo prepara-se para empossar o seu próprio carrasco uma vez mais forçando-o a terminar o serviço encetado há mais de quatro anos.

 

O povo é soberano nas suas escolhas mas não é por isso que as suas escolhas deixam de refletir a sua própria natureza, nem o inibem das suas consequências e responsabilidades. E o tempo em que tanto umas como outras serão colhidas como feixes de trigo tenro está para chegar.

publicado às 17:12

Presidenciais 2016: uma reflexão

Em diversas ocasiões previ neste mesmo blog a vitória à primeira volta de Marcelo. O resultado não é, por isso mesmo, completamente inesperado. Também não é inesperado o resultado obtido por Sampaio da Nóvoa, o mais forte “candidato dos cidadãos”. Aliás, a votação nele vertida é equivalente à do seu antecessor, Manuel Alegre. O que é inesperado é a forma como os votos foram dispersos pelos outros candidatos; inesperado e seriamente grave para a esquerda em geral e para o momento concreto que vivemos hoje, particularmente para o governo atual.

 

Também isto já o escrevi nalgum post mas aproveito para o reafirmar em jeito de presságio: com este Presidente, o governo PS não chegará ao final da legislatura. Mas mais grave do que isso é a pressão que será exercida a partir de agora sobre a sua governação. O atual quadro de apoio popular aos partidos com assento na Assembleia transformou a correlação de forças e deslegitimou a coligação parlamentar.

 

Com efeito, toda a oratória da direita que resultou da derrota nas eleições legislativas, por muito infantil e medíocre que fosse, acaba por sair legitimada e reforçada com estas eleições que a dotaram de uma expressiva vitória por maioria absoluta. A democracia tem disto mesmo: os votos legitimam tanto o digno como o indigno, tanto o honesto como o corrupto, tanto o íntegro como o canalha.

 

Esta pressão popular far-se-á sentir (cá vem mais um presságio...) sobre cada aspeto da vida política e da vida corrente do país, sobre cada política adotada, sobre o caráter das medidas, sobre a escalada do patronato sobre os trabalhadores, sobre a influência dos sindicatos, sobre as decisões dos tribunais e sobre as interpretações que irão ser feitas das leis. Tudo isto se fará sentir, desde o salário real ao custo de vida, passando pelo intervalo de cinco minutos para ir ao quarto de banho durante o trabalho. Que ninguém tenha dúvidas: o povo português sentirá na pele, mais do que nunca, o poder do seu voto.

 

Medidas que iriam ser tomadas não o serão mais e, a pouco e pouco, a coligação parlamentar partir-se-á. A hipótese etérea de um tempo novo na política portuguesa com o PS a governar um pouco mais à esquerda esfumar-se-á rapidamente com o ajoelhar determinado de Costa à direita triunfante que o terá, seguro, debaixo de um pé, sob ameaça de uma dissolução parlamentar, até ao momento em que se decidir a fazê-lo desde o alto da cátedra do Professor Marcelo.

 

Um outro pormenor que concorrerá para este quadro desastroso é a pseudo-vitória do Bloco de Esquerda nestas eleições presidenciais e a derrota do Partido Comunista Português. Atribuo o prefixo pseudo pelo facto do Bloco de Esquerda ter efetivamente diminuído a sua votação em relação às legislativas e, portanto, resultar artificial a caracterização do resultado eleitoral como vitória, mas cada qual será livre de o entender como bem lhe aprouver.

 

A dinâmica da coligação parlamentar tripartida dependia de dois fatores essenciais: do peso combinado do Bloco de Esquerda e do Partido Comunista Português e da influência deste último no que diz respeito à transmissão de uma certa dose de bom senso, de honestidade e de seriedade ao processo. O Partido Comunista Português é, por muito que custe entender, o fiel da balança neste acordo parlamentar. Não é somente a minha opinião, Pacheco Pereira disse qualquer coisa do género na Quadratura do Círculo. Por seu turno, o Bloco de Esquerda é o elo mais fraco desta coligação parlamentar, pelo seu aventureirismo, pela sua instabilidade e indefinição endémicas, pela sua sede de protagonismo, capazes de provocar o caos de um momento para o outro.

 

Os resultados eleitorais ditaram o fortalecimento do Bloco e da sua instabilidade e o enfraquecimento assinalável do Partido Comunista e da sua capacidade para segurar a coligação. Esta descida do Partido Comunista não era de todo em todo expectável sobretudo devido à ideia de um eleitorado fiel de sete ou oito pontos percentuais, ideia essa alimentada no histórico das eleições, mas não verificada desta vez.

 

O caldo está, enfim, preparado. O último ingrediente foi adicionado ontem e chama-se Marcelo. Teremos direita a influenciar o governo. Teremos austeridade. Teremos retrocesso. Teremos eleições para breve para reforçar a dose quando assim for necessário. O povo assim o quis.

publicado às 22:34

“Conseguimos, Padrinho”

Esta madrugada, antes de se deitar para dormitar aquelas duas a três horas que lhe são características, Marcelo terá olhado, emocionado, para o retrato que ainda hoje guarda carinhosamente emoldurado à cabeceira da cama e, de olhos semicerrados, vertendo uma singela lágrima de orgulho, terá dito:

 

— Conseguimos, Padrinho. Finalmente... conseguimos!

publicado às 13:55

O problema é o povo

O problema não são os políticos ou os governantes. O problema é o povo.

 

O problema não é a economia ou as teorias. O problema é o povo.

 

O problema não são as injustiças ou a desigualdade ou a miséria. O problema é o povo.

 

O problema não é a falta de liberdade, nem de democracia. O problema é o povo.

 

O problema não é a prepotência ou a opressão. O problema é o povo.

 

O problema não são os ditadores. O problema é o povo.

 

O problema não é a cabeça ou a ignorância. O problema é o coração e os sentimentos. O problema é a falta de solidariedade e o sentido de (in)justiça. O problema é o povo.

 

Problemáticas não são as consequências. Problemáticas são as causas. O problema é o povo.

 

O problema não são os políticos ou os governantes. O problema é o povo.

publicado às 11:58

Sou como uma espécie de fermento aqui

http://www.pco.org.br/biblioteca/bibli_digital/bibli_cultura/literatura/textos_literrarios/gorki/foto.jpg

— Está bem, meu caro — disse ela, sem o olhar e com um gesto significativo dos lábios. — Que fazes tu? Limitas-te a falar e a ler um livro, às vezes. Não dá muito proveito às pessoas que tu cochiches pelos cantos (...).

— Há muitos que me ouvem, minha amiga — replicou o camponês, vexado. — Sou como uma espécie de fermento aqui, fica sabendo. ”

in A Mãe, Máximo Gorki

publicado às 09:56

O povo é soberano e sapiente

Hoje é o último dia de campanha eleitoral. No próximo domingo o povo escolherá o seu representante na Presidência da República corporizando no seu voto a própria natureza essencial da democracia.

 

Não interessa tecer mais comentários sobre os candidatos, nem sobre o tratamento informativo da campanha, nem sobre nada. O povo é soberano e sapiente e votará de acordo com a sua sabedoria e com o seu interesse.

 

E se, dentro do povo, a classe que vive do seu trabalho prefere escolher quem a espezinha para depois, na hora da dificuldade, se agarrar às bandeiras vermelhas de quem sempre os acode... há que aceitar: é uma escolha legítima.

 

Seja feita a sua vontade.

publicado às 19:01

Sampaio da Nóvoa ou o paraquedista inocente e virgem

As gentes perspiram sempre (!) duma “lógica” a preto e branco que aplicam a tudo o que veem e a tudo o que mexe. É necessário que se combata e que se desconstrua tal forma de interpretar o mundo.

 

Um exemplo pertinente do que acabo de referir é a seguinte implicação de predicados: se estamos contra Marcelo Rebelo de Sousa, e eu estou e reafirmo-o para quem possa ter dúvidas, então devemos apoiar Sampaio da Nóvoa. Não há nada de mais errado.

 

As mesmas razões que me fazem rejeitar Marcelo, servem também para rejeitar Sampaio. Essas razões podem não obstante ser muito mais claras no caso de Marcelo o que até se traduz, bem refletido, num ponto a seu favor. Depois existe um paralelismo formal evidente entre os candidatos: percursos profissionais similares, uma certa forma artificial e distante de sentir o mundo que é própria de muitos académicos, assim como uma certa comodidade na movimentação e na ascensão nesses meios. Há muito de superioridade, há muito de arrogância disfarçada ora de excentricidade, ora de distanciamento, quer num, quer noutro. Serve este parágrafo, portanto, para sublinhar o que une os dois candidatos para lá do que os sustenta nesta campanha.

 

Particularmente, Sampaio da Nóvoa, o candidato, é um oportuno nome mais ou menos desconhecido: aparece na cena política inocente e virgem do que quer que seja, parece que nada do que aconteceu terá tido alguma coisa que ver com a sua pessoa, nenhuma decisão política teve o seu aval ou apoio e, portanto, daqui se conclui, erradamente, que Sampaio mantem a sua integridade intacta. A conclusão resulta errada porque, em democracia, toda a inação deve ser interpretada como uma ação de apoio indireto à posição vencedora e porque, no mais, existe a ação concreta de Sampaio da Nóvoa. Essa ação distingue-se sobretudo por ter tido na sua pessoa o carrasco que levou a cabo o processo de fusão das universidades da capital, a clássica e a técnica, algo que não devia ser muito impressionante para a generalidade da esquerda. Para quem não tem memória, tal processo foi executado no tempo de Sócrates e é motivo de regozijo para o candidato.

 

Para além disso, menos relevantes são as interrogações que se erguem sobre a sua ascensão na carreira, sobre o seu currículo e sobre o facto de ser um dissidente comunista. É que normalmente ser ex-militante comunista não abona muito em favor de quem o é, nomeadamente no que concerne aos valores da coerência e do caráter políticos.

 

Sampaio da Nóvoa apenas tem uma vantagem relativamente a Marcelo para efeitos de segunda volta: a sua vitória poderá (?) significar um prazo de validade um pouco mais alargado para este governo e essa perspetiva já é o bastante. Será o bastante no que à segunda volta diz respeito, porque relativamente à primeira... não existem males menores, nem paraquedistas inocentes e virgens.

publicado às 11:45

Um passo para o fim das “cunhas” na contratação de professores

Num momento em que o novo ministro da educação é atacado de todos os lados e de todas as formas argumentativas, é importante sublinhar a sua intenção em restringir a contratação de professores para a escola pública à sua graduação profissional, isto é, média de curso e experiência profissional.

 

Este passo envolve a implosão da aberração conhecida como a bolsa de contratação de escolas e o fim dos privilégios das “autonomias” e dos “territórios educativos de intervenção prioritária”, aos quais era permitido a contratação de amiguinhos e familiares, muitas vezes desqualificados para a docência, através de entrevistas de conveniência e de turvos critérios.

 

Para além de sublinhar esta intenção governativa que, a concretizar-se, materializará uma concreta e importante machadada na corrupção em Portugal tornando o processo de contratação pública de professores transparente e justo, deve-se assinalar a hipocrisia da sociedade em geral que, tendo sempre o tema da corrupção ao pé da boca para justificar a sua apatia crónica relativamente ao sistema político, deixa passar em claro esta medida, desvalorizando-a.

publicado às 13:25

Isto é o capitalismo

Pela primeira vez na história, a do Homem moderno pelo menos, apenas um ponto percentual da população do planeta detém tanta riqueza como os restantes noventa e nove por cento. Esta é a principal conclusão de um estudo de uma organização não-governamental britânica, Oxfam, que se baseia em dados do banco Credit Suisse relativos a outubro do ano passado.

http://www.taghribnews.com/images/docs/000066/n00066586-b.jpg

Aqui não interessa se a razão que reflete a distribuição da riqueza é exatamente esta ou é ligeiramente diferente. O que interessa é o caminho que estamos a percorrer, para onde nos dirigimos enquanto humanidade e se concordamos com o caminho. E não importa ficar muito chocado com a natureza dramática dos dados e simultaneamente manter a mesma fé cega no sistema que nos trouxe até este ponto.

 

Isto é o capitalismo. Isto é o capitalismo num estado avançado e, portanto, decadente. Porque o capitalismo não converge para nenhum equilíbrio são: o capitalismo tende apenas para o extremar da concentração da riqueza, das desigualdades e da condição das classes sociais.

 

Por vezes parece que não é assim, parece que o capitalismo cresce crescimento e melhoria das condições de vida. A ilusão resulta apenas das barreiras físicas entre as populações que não se veem, que não se cheiram, que não têm sensibilidade para notar que, a quilómetros de distância, outros sofrem e definham para que eles possam viver melhor.

 

Mas mesmo esse efeito, essa sensação de crescimento, é sempre passageiro porque o capitalismo trata de continuar a concentrar a riqueza nos bolsos de cada vez menos pessoas, como uma praga que se move de um sítio para o outro, continuamente, até extinguir todos os recursos.

publicado às 09:38

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