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Porto de Amato

Porto de abrigo, porto de inquietação, porto de resistência.

Porto de Amato

Porto de abrigo, porto de inquietação, porto de resistência.

O resultado da fantochada

Afinal, é importante dizê-lo, toda esta fantochada teve como propósito único empossar ministros e secretários de estado, proceder a nomeações para cargos públicos e finalizar negociatas políticas. Volvidos quase dois meses após a realização de eleições, e para quem sempre se mostrou muito pudico com “contas” e “compromissos”, nem quero começar a especular sobre os rios de dinheiro que o país terá que desembolsar para indemnizar as pessoas empossadas à socapa ou para desenvencilhar os nós atados à pressa envolvendo estado e privados nos negócios que se fizeram nos últimos dias.

 

Que fique aqui atestada para memória futura a seriedade das pessoas envolvidas nesta fantochada para que a história, anos mais tarde, não as pinte com outras cores que não as da falta de escrúpulos e de vergonha.

publicado às 10:56

Notas sobre o cargo de Presidente da República

Volvidos os últimos acontecimentos da política portuguesa quebrou-se um mito. O mito rezava que o cargo de Presidente da República tinha parcos poderes e era dotado de uma relevância simbólica. Na verdade, o cargo de Presidente da República é tão poderoso como o de um ditador com a exceção que o primeiro é sufragado de cinco em cinco anos enquanto que o segundo apenas o é inicialmente, por vezes. Com efeito, parece que neste momento da nossa história o Presidente da República tudo pode fazer sendo os limites à sua ação impostos unicamente pelos limites da sua própria imaginação. E sim, se o senhor Presidente assim quiser, poderá gozar de férias até ao terminus do seu mandato e marimbar-se para tudo o resto, Portugal e o seu governo incluídos. Ninguém lhe dirá o que quer que seja. Ninguém lhe chamará à atenção. O Presidente de poderes vestigiais afinal revelou-se um ditador informal em potência de poderes infinitos.

 

Outro aspeto sobre o qual queria escrever é a fantochada a que se submete o cargo, em particular, e a cena política, em geral, fantochada essa à qual todos nós, em uníssono, nos submetemos. Refiro-me, por exemplo, às audições presidenciais. O Presidente ouve estes e aqueles, consulta aqueles e aqueloutros, e todos nós assistimos de forma acéfala ao processo. E batemos palmas. E dizemos: “está muito bem, o senhor Presidente deve ouvir todas as partes”. Desculpem mas tudo isto é fantochada. O Presidente não tem que ouvir ninguém em privado. Aqueles cuja voz deve ser ouvida reúnem-se abertamente num local chamado de parlamento, reuniões essas que podem ser assistidas via TV se acaso o senhor Presidente não possa estar presente e assistir ao vivo. Essas são as opiniões e as posições que contam do ponto de vista legal. De resto, o que é que os banqueiros e os empresários têm a ver com uma decisão puramente constitucional? Nada. Todavia a fantochada é alimentada ao nível do enjoo e, pelos vistos, assim continuará. A fantochada torna-se assim em tradição.

publicado às 19:59

O tempo dos “pais do regime”

Olhando de passagem para a realidade, como se por entre ela, por entre os seus sinuosos caminhos, viajássemos a bordo de uma carruagem de um comboio temporal, diríamos que estamos a passar por paisagens repetidas. Olhando pela janela da carruagem, o que vemos não é novo, já foi visto antes do dobrar do século, ou seja, há cerca de cinco horas atrás.

http://www.drawingsomeone.com/wp-content/uploads/2015/05/Train-Pencil-Drawing-4.jpg

 

Vemos um tempo funesto, um tempo de “senhores engravatados e de aparência muito séria” a debitarem o que o povo deve pensar, enquanto trabalha, e repetir, enquanto toma um café ou uma cerveja na tasca que o acolhe depois da labuta. O tempo dos “pais do regime” já devia ter sido enterrado. Devia ter ficado para trás sobejando na memória apenas em quantidade suficiente para não ser esquecido e não ser repetido no futuro. O tempo que calcorreamos hoje, hoje mesmo, agora!, devia ser o tempo da cultura, do conhecimento, da consciência ativa, do povo. Este tempo, este que se seguiu a todas as conturbações sociais, a todas as revoluções, a todas as emancipações, a todas as conquistas, devia ser o tempo em que o povo todo, desde o mais humilde ao mais letrado, tomasse em mãos as ferramentas que lhe foram concedidas pela instrução da democracia e lhe desse boa utilidade na consciencialização e intelectualização das problemáticas que o envolve e, ativamente, tomasse decisão oportuna no seu interesse coletivo.

 

Todavia, a realidade choca com o ideal com uma crueza violenta. O povo que temos, a geração saída da instrução da democracia, prefere o “conhecimento” injetado pela televisão, ao conhecimento dos livros e das escolas, voltando-se para estas últimas e dizendo enormidades como: “eu odeio Matemática” e “não preciso disto para nada”. Esta geração, devemos reconhecê-lo, não é muito melhor do que a dos seus pais e a dos seus avós. Em alguns casos podemos até observar uma certa inversão geracional. No fim de contas, permanecemos como o rebanho de ovelhas, que sempre fomos, à procura de um pastor para seguir.

 

É natural, portanto, que esta geração de povo se constitua como o mais propício solo para o germinar dos tais “senhores engravatados e de aparência muito séria” de que falava acima. É tristemente irónico verificar que a democracia não conseguiu libertar o povo da sua apetência natural por líderes autocráticos e mais: o cidadão médio rejeita resolutamente (e bem) conceitos como ditadura mas aceita-os placidamente desde que enfeitados com outros nomes.

 

Os tempos que se vivem na Europa não auguram nada de muito virtuoso. O tratamento que é feito dos acontecimentos que se sucedem é, em geral, medíocre e parcial e contribui para um estado de alma dos povos propenso aos regimes mais retrógrados e reacionários. Verifica-se que, sejam quais forem as circunstâncias, a comunicação social também não se consegue libertar dos seus pastores. Dela não emerge um grito que seja. Pelo contrário, os jornais, as televisões, as agências de comunicação, recitam a mesma ladainha, a mesma homilia de condicionamento do pensamento. Em Portugal a situação não é distinta. Todos os sinais descritos são bem percetíveis. Também sentimos uma usurpação clara de poderes e tentativas de bloqueio de ação entre os órgãos do poder. A tudo isto assistimos serenamente. Veremos qual a próxima estação onde o nosso comboio temporal parará.

publicado às 10:24

Eixos dos ataques a Paris

Primeiro eixo: a sociedade capitalista.

 

Devemos começar pelo princípio e o princípio é o capitalismo enquanto sistema. O princípio está nos valores que são semeados e que frutificarão nas ações do futuro. A nossa sociedade não fomenta a solidariedade nem se sustenta num projeto de desenvolvimento inclusivo. Pelo contrário, tem como lema a competitividade. Uma sociedade em que os fins justificam os meios é geradora de guetos sociais carregados de gente colocada à margem, de gente que serve para o que serve enquanto serve e que, quando deixa de servir, passa a constituir empecilho, como um sorvedouro dos recursos de todos. A sociedade capitalista é, quer queiramos, quer não, um caldeirão onde se cozinha a xenofobia, o racismo e a intolerância em doses industriais.

 

Há vinte anos, quando visitei a França pela primeira vez, já Paris estava repleta de emigrantes. As ruas, o metro, o comércio, já naquela altura, antes do virar do século, constituíam uma cena impressionante. Hoje, Paris tem toda uma geração de franceses fruto dessa emigração e é sobre isso que devemos refletir, sobre a forma como ali chegaram, a forma como foram inseridos socialmente e a forma como vivem.

 

O problema não está na emigração. O problema não está a montante, mas sim a jusante. O problema está nos locais de acolhimento. O problema está no facto de cada um dos emigrantes ir ocupar uma vaga na sociedade de acolhimento que é mal paga e não lhe permite sobreviver com dignidade. É aí mesmo, na diferença entre a dignidade de uns e de outros, que os guetos sociais e culturais emergem. É aí mesmo que o problema começa.

 

Não é alheia ao problema a crise económica que se vive. Não é alheio ao problema o facto dos grupos terroristas encontrarem num universo de pessoas desenraizadas culturalmente e desempregadas, por vezes de longa duração, um terreno fértil para recrutamento. São pessoas sem um propósito e sem uma utilidade na sociedade capitalista em que vivem e que, desconfiam não ser a sua. Parece que há portugueses a aderir a tais grupos. Não é uma questão de religião ou de nacionalidade. É uma questão de emprego. É uma questão de trabalho. É uma questão de propósito. A nossa juventude veio a este mundo e ninguém tem um propósito para ela. Somos coletivamente responsáveis por empurrar os nossos jovens para os mais sinistros propósitos.

 

 

Segundo eixo: a política dos exércitos de mercenários.

 

Chega de filmes de Hollywood. Chega dos Rambo's e dos Rocky's, dos James Bond's, dos MacGyver's e dos outros de que já não me lembro. Hoje podemos ver bem os falsos heróis que eram. A política de criação de exércitos-sombra, armados massivamente, para fomentar o caos nas sociedades inimigas e catalisar uma mudança de regime político foi utilizada vezes demais no médio-oriente, no leste europeu, na América latina e, ainda hoje, continua a ser aplicada em força. Por mais do que uma vez o feitiço virou-se contra o feiticeiro. Não obstante, os media ocidentais continuam deleitados a propagandear oratória oca sobre os conflitos em curso.

publicado às 22:40

O paladino da estabilidade

O nosso Presidente da República é um problema sério. Não é sequer necessário referir em quê nem para quê. É um problema sério, simplesmente.

 

Primeiramente, o Presidente da República decidiu empossar um governo que sabia claramente, toda a gente o sabia, que não poderia ter apoio parlamentar para governar. As razões que deu para tal foram patéticas.

 

Fez-se a fantochada que se conhece e deu-se posse a um governo, que por ser governo apenas de nome e não por ter qualquer legitimidade democrática, caiu com estrondo ao primeiro assalto parlamentar.

 

Agora, vendo-se claramente a asneira presidencial cometida, o Presidente protela a, aparentemente inevitável, decisão de convidar a segunda força mais votada para formar governo. Marca reuniões com semanas de intervalo, vai em visitas presidenciais para a ilha da Madeira, como se tudo estivesse bem, como se um parlamento sem um governo fosse uma solução estável para o país, porque é essa a situação de Portugal, qual governo de gestão, qual quê. Temos um parlamento mas não temos um governo.

 

Com isto novamente cai a máscara a Cavaco Silva, o paladino da estabilidade. Afinal a estabilidade para ele é a manutenção de uma cor política no governo e nada mais, pois o senhor Presidente consegue ir em visita de estado para a ilha da Madeira e deixar o país neste estado, sem uma decisão, sem um governo.

 

O nosso Presidente da República é, de facto, um problema sério. Felizmente este é um problema com solução imediata à vista e, por ventura e para mal dos nossos pecados, resolver-se-á primeiro do que o impasse governativo.

publicado às 10:31

A derrota de uma era

Este dia que está a poucas horas de terminar ficará para a história. Foi um dia que marcou uma derrota expressiva não de um governo mas de uma das mais estúpidas eras políticas de que há memória. Este governo de direita, que se vê corrido do palanque do poder onde o colocaram à força, praticou um estilo próprio, vincado, marcado pela repetição nauseante de frases propagandistas, como soundbites, independentemente da sua relação com os factos ou da sua colagem à realidade. Este foi o governo das narrativas, de repetição doentia por entre todos os membros, apoiantes ou militantes, como se todos fossem formatados nos mesmos centros de lavagem cerebral saindo dos quais com as mesmas frases, repetidas do mesmo modo, na ponta da língua. Este foi o governo das “inevitabilidades”, do “não pode ser de outra forma”, do “não há alternativa” e do “tem que ser assim”. Nestes dois dias últimos, para não fugir à regra, foi do mesmo que se viu e que se ouviu, quase meio parlamento de débeis mentais a dizer que haviam “vencido” e que “o voto dos portugueses não estava a ser respeitado”.

 

Mas o que torna esta era, a que sofreu uma derrota no dia de hoje, numa das mais estúpidas da democracia portuguesa não é a acefalia da classe dirigente: pelo contrário, devemos apontar o dedo a toda a sociedade envolvente, aos media, aos fazedores de notícia, aos fazedores de opinião, aos comentadores, e a todos os que acriticamente aceitaram as narrativas todas por mais estúpidas, e foram de facto medíocres, que pudessem ser. Esta foi a era dos yes man, dos boys dos jobs, dos acríticos, dos go with the flow, e sim: dos imbecis, dos idiotas úteis e dos medíocres. Todos os acima elencados forneceram uma almofada social e mediática para que este governo acabado pudesse espalhar a sua verborreia e cultivar o seu nefasto plano.

 

Só nos tempos negros do fascismo se viu semelhante pensamento único, só nesses funestos tempos se assistiu a tamanha acefalia e tamanha resignação social. Isso apenas bastaria para tornar célebre o dia de hoje como um safanão neste estado sinistro a que chegou a sociedade portuguesa.

 

Note-se bem que esta derrota não é definitiva. Derrotas definitivas apenas existem no nosso imaginário, porque gostamos pensar dessa maneira. A era que se seguirá até poderá não constituir uma melhoria substancial relativamente à precedente. Mas isso, para agora, não interessa. Contentemo-nos com a parcial vitória consubstanciada no dia de hoje. Já há muito tempo que a sociedade inteligente, lógica e desacomodada não tinha uma assim.

publicado às 22:13

Colocar os pontos nos i's

Parece que hoje é o dia D.

 

Depois do dia de ontem, depois de tanta imbecilidade repetida como “a coligação venceu as eleições”, “a coligação tem a legitimidade democrática para governar”, e que se “prepara um golpe de estado” e mais PREC's e isto e aqueloutro, chega o dia de hoje onde se faz a prova dos nove da democracia no lugar próprio especialmente concebido para averiguar as vontades maioritárias populares: o parlamento.

 

Hoje vamos observar a democracia a funcionar. Hoje vamos peneirar a demagogia do debate político. Hoje vamos colocar os pontos nos i's em todos os imbecis e em todas as imbecilidades que os mesmos vêm vomitando sobre as calçadas do país desde que constataram que o poder que deram como adquirido lhes estava afinal a escapar por entre os dedos como a areia da praia.

publicado às 11:06

Sintoma da decadência do trabalho

Na sociedade que nos rodeia já não existem secretárias, trolhas ou carpinteiros. Olhem em vosso redor e procurem. Não encontrarão nenhuma dessas profissões. Quer dizer: elas continuam a existir. Continuam a existir secretárias, trolhas e carpinteiros. Claro que sim: são essenciais para que as roldanas sociais permaneçam rodando. Simplesmente já não se chamam assim. Já não se chamam nem secretárias, nem trolhas, nem carpinteiros. Todas estas profissões consideradas mais simples ou que não requerem uma formação intelectual mais avançada perderam as suas nomenclaturas. Com efeito, não existe uma destas profissões que não comece por engenheiro ou por gestor. Secretária? Não: gestora de operações. Trolha, carpinteiro? Não: engenheiro de materiais e construção.

 

Esta encenação apareceu de repente, foi injetada numa sociedade onde parecer é mais importante do que ser, uma sociedade governada por aparências e por conluios, e em que todos nós nos deixámos invadir por este espírito chegando ao ponto em que chegámos hoje: o ridículo.

 

Para mim, esta forma de encarar o trabalho é também sintoma de uma sociedade que desvaloriza o trabalho. Numa sociedade saudável todas as profissões detêm o mesmo grau de importância, porque todos detêm um papel sem o qual a sociedade, ou melhor, a comunidade, não funciona. E, então, não há lugar a máscaras sobre as profissões, não há lugar a embaraço ou a vergonha. Pelo contrário: cada profissão deve ser valorizada e exibir um orgulho próprio que advém da sua condição de fundamental no processo da existência humana.

publicado às 11:20

A prison for your mind

Morpheus: I imagine that right now, you're feeling a bit like Alice. Hmm? Tumbling down the rabbit hole?

 

Neo: You could say that.

 

Morpheus: I see it in your eyes. You have the look of a man who accepts what he sees because he is expecting to wake up. Ironically, that's not far from the truth. Do you believe in fate, Neo?

 

Neo: No.

 

Morpheus: Why not?

 

Neo: Because I don't like the idea that I'm not in control of my life.

 

Morpheus: I know exactly what you mean. Let me tell you why you're here. You're here because you know something. What you know you can't explain, but you feel it. You've felt it your entire life, that there's something wrong with the world. You don't know what it is, but it's there, like a splinter in your mind, driving you mad. It is this feeling that has brought you to me. Do you know what I'm talking about?

 

Neo: The Matrix.

 

Morpheus: Do you want to know what it is?

 

Neo: Yes.

 

Morpheus: The Matrix is everywhere. It is all around us. Even now, in this very room. You can see it when you look out your window or when you turn on your television. You can feel it when you go to work... when you go to church... when you pay your taxes. It is the world that has been pulled over your eyes to blind you from the truth.

 

Neo: What truth?

 

Morpheus: That you are a slave, Neo. Like everyone else you were born into bondage. Into a prison that you cannot taste or see or touch. A prison for your mind.

 

— The Matrix, 1999.

publicado às 22:06

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