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Porto de Amato

Porto de abrigo, porto de inquietação, porto de resistência.

Porto de Amato

Porto de abrigo, porto de inquietação, porto de resistência.

Sintoma de incapacidade

Instado a comentar as propostas da coligação governamental para o próximo quadriénio, António Costa falou em "contas por fazer"...

 

Não sei se este tipo de resposta será simplesmente sintoma de incapacidade ou de algo mais grave do ponto de vista cognitivo. De entre todas as medidas de um programa que procura cristalizar a austeridade e a desigualdade como os pilares da sociedade portuguesa, Costa preferiu destacar a ausência de contas...

 

Seria bom que alguém avisasse o senhor de que contas é coisa com que a coligação não se precisa de preocupar... Com efeito, há quatro anos de austeridade que falam por eles e para mais do mesmo não existe uma alma que duvide das "contas".

 

António Costa faz lembrar aquele aluno que faz de tudo para cair nas boas graças do professor e, neste particular, parece querer tirar o lugar à coligação. Veremos se o povo preferirá a cópia ao original ou se, de uma vez por todas, decide aprimorar o seu palato político.

publicado às 20:21

Muros da hipocrisia

A nove de novembro de 1989 o mundo rejubilou com o princípio do fim do muro de Berlim. O muro, símbolo da apelidada “cortina de ferro”, que dividia o mundo ocidental capitalista do mundo oriental comunista, havia sido fortemente criticado ao longo dos seus quase trinta anos de existência. As críticas, orquestradas desde o lado ocidental, eram justificadas e alicerçadas em boa parte numa argumentação de razão e de lógica. Havia mesmo um certo unanimismo em torno da abjeção da existência desse muro e a queda do mesmo veio justamente a emergir como um acontecimento dos mais marcantes do final do vigésimo século.

 

Não deixa de ser curioso observar o mundo na sua plena atualidade. Não deixa de ser dramático verificar que todas aquelas razões justas, toda aquela argumentação lógica, não constituíam mais que um oportuno enredo hipócrita para movimentar as massas de população e vencer uma guerra política. Senão vejamos.

 

Israel tem, já desde há muito tempo, as suas fronteiras com Egito, na Palestina, e ultimamente com a Síria, blindadas por muros. A Hungria anunciou há cerca de um mês a construção de um muro anti-refugiados ao longo da fronteira com a Sérvia. Nos Estados Unidos ameaçam mais uma vez com a construção de um muro anti-emigrantes na fronteira com o México e, agora... agora temos a mente brilhante de David Cameron. O Reino Unido, em fino decalque do comportamento da União Europeia relativamente à questão das vagas descontroladas de emigração africana, anunciou a construção de uma “vedação” impeditiva dos referidos emigrantes tentarem o atravessar do canal da mancha. É esta a brilhante solução para o problema.

 

A máscara da hipocrisia pode demorar a cair mas o seu destino final é inevitável. Aqui o temos: claro, transparente, límpido. O lema deste mundo que resultou da queda daquele primeiro muro de que falava inicialmente e que, lamentavelmente, é o único que figura nos livros de história, é o de que os fins justificam os meios. E para os fins do capital, para o suportar do seu poder, qualquer muro vê a sua construção perorada e justificada.

publicado às 13:23

As partes do capitalismo

 

Tudo no capitalismo é ilusão. Tudo. Do princípio ao fim. A cabeça, o tronco e os membros.

 

Vamos à cabeça.

 

A ilusão começa na ideia de progressão social. Ou melhor: na possibilidade de progressão social.

 

O capitalismo é a ilusão de um sistema de competição pura, livre e justa; é a ilusão de um jogo em que qualquer um pode vencer, não obstante a sua origem e as suas condições aprioristas.

 

A probabilidade de vitória no jogo, a probabilidade real, até pode ser qualquer coisa como de um para um bilião, mas não interessa. A ilusão de vencer na vida, por muito retorcido que seja esse conceito no mundo capitalista, é o suficiente para fazer ferver o sangue e... jogar o jogo.

 

O tronco.

 

Há também uma ilusão obtusa de justiça associada ao jogo capitalista, como se os guetos sociais que resultam evidentes do jogo competitivo, fossem uma mera miragem aos olhos do jogador. Para este, independentemente do seu posicionamento no tabuleiro, tudo é justo e tudo é bom. A ilusão que resulta é que o capitalismo parte e reparte da forma mais honesta possível, mesmo que essa honestidade se manifeste num rácio medonho de distribuição de riqueza: menos de um ponto percentual da população mundial detém cerca de metade da riqueza produzida em todo o mundo!

 

Os membros.

 

E no final de todas estas ilusões emerge a maior de todas elas: a ilusão de que o sistema é consistente, que, de alguma forma mágica, a engrenagem funciona sempre, sem problemas sistémicos ou de outra ordem. Mais: existe agora a ilusão, parida desta última crise financeira, de que, não fora a falibilidade inerente ao ser humano, a máquina capitalista seria perfeita, isto é, nada que com uma dose adequada de “supervisão” não seja corrigido. Esta é a ilusão das ilusões, uma ilusão que persiste, tenaz, não obstante todas as crises recorrentes, sistémicas, que traduzem a evidência de que o capitalismo não é nada mais, nada menos, do que aquilo que em Matemática se chama de um sistema dinâmico que rapidamente converge para o monopólio, para a sobreprodução, para a exaustão de recursos e, ultimamente, para a sua própria implosão.

 

E é assim o capitalismo, um sistema de cabeça demente, iludida, de tronco tenro, débil e raquítico, e membros incapazes, podres como leprosos. Isto é o que podemos sentir, ver, ouvir e cheirar. Mas não há órgão do sentido, seja o tato ou paladar, a visão, a audição ou o olfato, que se sobreponham a um sentido mais íntimo, mais primário, uma ideia de ser, uma ilusão, um sentido que seduz e governa todos os outros. E é nesse sentido, nessa ilusão, que radica o sucesso do capitalismo.

 

Quando essa ilusão se esfuma, o que nem sempre sucede, somos já demasiado velhos e cansados para fazer alguma coisa por isso. E, no processo, tornámo-nos demasiado egoístas para nos preocuparmos, tão materialmente egoístas que nem morrer em paz podemos.

publicado às 15:07

A questão do mérito

Que país é este?

 

Um professor é forçado a cobrar pelos seus serviços catorze euros à hora, muitas vezes ainda menos, catorze euros brutos dos quais pagará o resto dos seus impostos. Que país é este? Que futuro se vislumbra? O que podemos esperar de um país assim?

 

Nestas alturas é interessante relembrar as lengalengas anticomunistas, aquelas conversas do costume que dizem que “nesses regimes todos são tratados por igual independentemente do mérito”.

 

Dão-me vontade de rir sobretudo pela ignorância, pelo desconhecimento completo, mas também pelo que vamos vendo diariamente. Apetece dizer: viagem! Visitem esses sítios de que falam de cor, vistam a pele de verdadeiros antropólogos e vejam os indícios que ainda restam com olhos de ver! Vejam como a cultura, o conhecimento, o estudo, eram valorizados. Vejam quão altas eram as universidades! Vejam a quem eram erigidas as estátuas!

 

Depois, quando voltarem, olhem para os que vos rodeiam e vejam: os nossos professores, que tanto estudaram e se prepararam (entre outros), estão a ser pagos como jardineiros ou empregadas domésticas comuns. E então digam, de vossa consciência, quem é que trata os homens de forma indiferenciada, independentemente do seu mérito, como se de nenhum mérito fossem merecedores. Vejam e decorem o seu nome: capitalismo.

publicado às 19:12

Bem o vi

“— Bem o vi — respondeu André, sempre sombrio. — Envenenaram os homens. Quando eles se levantarem... arrasarão todos os obstáculos um após o outro. Precisam da terra toda nua... e arrancarão tudo o que a cobre.

(...)

— Sim, Paulo, o camponês porá toda a terra nua, se se levanta. Queimará tudo, como depois da peste, para fazer desaparecer nas cinzas todo o rastro das suas humilhações.”

 

in A Mãe, Máximo Gorki

 

 

publicado às 17:34

Sobre o pseudo

É difícil comentar o nada e, ainda mais penoso, o vil. E é de algo de natureza da mais vil e desprezível de que se trata quando nos debruçamos sobre o que é notícia política em Portugal. Todavia, por simples imperativo de prática de escrita, abordarei aqui dois tópicos sugestivos de não mais que duas ou três palavras.

 

O primeiro tópico é dedicado a estas pseudo-entrevistas pseudomodernas onde existe um pseudopúblico expelindo questões pseudo-aleatórias e pseudo-representativas do universo de curiosidade da sociedade civil, tão em voga nas últimas semanas. Repare-se que a utilização deste elemento de composição “pseudo” é operada com respeito ao maior dos rigores linguísticos: nada há de mais falso e enganador na utilização de cada substantivo e de cada adjetivo acima elencado.

 

Existe uma vertigem eminente por parte dos media em fazer passar uma imagem diferente de si próprios, sobretudo, mas também da política. Essa vertigem justifica-se, numa certa medida, por um descrédito, chamemos-lhe assim, da coisa política entre as bases, as populações, que a têm sustentado até aqui. Não se confunda esse descrédito com aquilo que ele não é. Não se tome descrédito como sinónimo de descrença ou de mudança de vontades. Essas vontades permanecem fieis ao que sempre foram. Simplesmente, uma boa parte da população não liga uma pívia ao que se diz nas entrevistas da ordem ainda que saia à rua com a bandeira da setinha ou da rosa ou lá o que seja, porque isso muda todos os anos para animar a malta, de acordo com os patrocinadores. É como na bola.

 

Existe, portanto, este impulso, como um imperativo que martela sobre as cabeças dos chefões dos media, de dar ar de novo ao que é velho. E o que é velho são as perguntas combinadas, a ausência total de espinha dorsal, isto é, de um contraditório evidente às bacoradas que vão sendo jactadas do outro lado. Então, lembraram-se de ir buscar este modelo americano. Os meios de comunicação lembram-se sempre de ir aos states buscar destas ideias e doutras, luminosas e peregrinas. Então é vê-los, aos políticos, em contexto quase informal, descontraído até, entre um pivot passarinhante e uma bancada de indivíduos que poderão ser qualificados ou de papagaios ou de atrasados mentais, respondendo precisamente ao mesmo género de questões exatamente do mesmo modo, com um total absentismo de contraditório lógico. A vida tem disto: quantos mais anos sobrevivemos mais espetáculos deprimentes destes podemos assistir. E quanto mais velho me torno mais gosto da história d' “O Rei Vai Nu”, vá-se lá saber porquê.

 

Nada disto é irrelevante. Não se incorra no erro de pensar, nem que por momentos, o contrário. Os meios de comunicação social cumprem o seu maior desígnio: formar opinião, a precisa opinião que pretendem, plantando-a eficazmente no seio mais profundo da sociedade, para tal recorrendo a todo e qualquer recurso disponível.

 

Ao segundo tópico lanço-o conforme o mesmo me agrediu nesta manhã, enquanto passeava os olhos pelos jornais expostos na bomba de gasolina: “Poiares e Sérgio Monteiro despedem-se da política”. Parece que estão ambos muito cansados e, acrescento eu, com sentido de dever plenamente cumprido. De entre os membros desta sensacional parelha devemos destacar o papel de Sérgio Monteiro. Faz-me lembrar aqueles feirantes, aqueles que muitos de nós bem conhecemos, capazes de esvaziar, em apenas uma manhã de feira, todo o inventário de que dispõem. Sejam camisolas, soutiens, pares de peúgas, casacos ou bonés, seja o que for, vai tudo! E, se começamos a regatear preços com eles, conseguimos baixar o valor da compra até a um limite em que levamos a peça ao preço da chuva. É verdade: todos nós conhecemos o género. Todos nós, se fecharmos os olhos por um momento, vislumbramos a figura. Foi assim com a EDP, com a REN, com os CTT, com a TAP, com os transportes públicos, com os estaleiros navais, entre outros de menor montra.

 

Mas também todos nós conhecemos outros exemplos de outras personalidades com curtas mas muito ativas, e politicamente decisivas, participações políticas no país. São políticos que integram o governo com um caderno de encargos próprio, um caderno conferido em mãos pelos megalómanos patrocinadores de campanhas eleitorais, atrevo-me a imaginar. Lembro-me bem de um que apareceu tão depressa quanto desapareceu, num governo Durão Barroso, tendo sido senhor de uma participação determinante no processo de alienação da saúde pública para os grandes grupos privados. São intervenientes com um grau de independência surpreendente no seio dos seus governos. Parece que não respondem perante nada nem ninguém: estão para lá da política. São escolhidos a dedo: são escolhidos para cumprir objetivos muito concretos e não estão para fazer carreira política ou para construir uma qualquer imagem de credibilidade. Nada disso. Isso não lhes é relevante. São exemplo do pseudopolítico.

 

Quando as próximas eleições vierem, Sérgio Monteiro estará já longe da esfera política, muito longe, mas com dever cumprido. Quando as consequências dos seus atos governativos abalarem o país tão pouco se dará ao trabalho de responder pelas mesmas.

publicado às 17:55

A nódoa política

Devo reconhecer que me enganei redondamente. No meu último artigo sobre a Grécia dizia eu:

 

“Para mal dos seus pecados, o povo grego mostra ser dono de uma coragem de ferro, de uma vontade de aço, e obriga o Syriza a continuar a lutar.”

 

É espantoso verificar que assim não foi. O Syriza, sem nada que o fizesse prever e desbaratando vergonhosamente o capital de confiança depositado em si pelo povo após o referendo, capitulou em todos os domínios e ajoelhou-se, como todos os outros que criticou, perante o imperialismo capitalista vigente na Europa do euro. Fica a pergunta: por que razão o Syriza promoveu o referendo, afinal? E mais: será que o Syriza, defendendo o não, estaria na verdade à espera de um sim? Pensar sobre o assunto chega a ser doloroso. As minhas críticas ao Syriza pecaram por escassas: o Syriza mostrou uma total ausência de espinha dorsal.

 

Dizer que o Syriza é uma nódoa política, particularmente no espectro da esquerda, é pouco ou, por ventura muito. Passo a explicar.

 

Por um lado é pouco: é impossível respeitar um partido ou governo que se demonstra tão incapaz, tão desprovido de ideias e de ação própria para o seu próprio país que não apenas uma oratória oca. Neste tempo, nestes largos meses, que o Syriza já leva de governação, não se vislumbra uma ação governativa que não meramente dialética e moralista na negociação com a Europa, uma ação que lhe permitisse alavancar o seu próprio país da situação em que se encontra, que lhe permitisse, enfim, poder traçar um caminho autónomo à margem das negociações. Sem tal estratégia, o governo grego fragilizou progressivamente a sua posição negocial tendo ficado muito claro, a partir de um determinado momento, que a única ideia deste governo Syriza seria a obtenção de um acordo de financiamento que, em todo e qualquer caso, seria sempre desastroso para a Grécia. O Syriza acabou por capitular em toda a linha, submetendo-se a um acordo que vai depauperar o seu país, os seus instrumentos económicos, os seus recursos, e, mais importante, que renova a subordinação da economia grega à política de dívida e de dominação hegemónica alemã/europeia.

 

Por outro lado, vista a coisa de outro prisma, chamar nódoa política ao Syriza é demais. O povo grego, à semelhança do resto do mundo, não se enganou na sua escolha. Escolheu democraticamente aquilo que quis. E o que escolheu foi um partido que se dizia contra a austeridade mas absolutamente contra a saída do euro. O povo grego escolheu o paradoxo e depositou as suas esperanças nesse paradoxo que, agora, resulta por demais evidente. O povo grego não escolheu, bem entendido, quem, ali ao lado, repetindo a primeira parte do discurso, defendia a saída do euro como fundamental para que a Grécia se pudesse ejetar desta espiral de dívida e de dominação estrangeira. O povo grego tem, por isso, exatamente o que escolheu.

 

publicado às 13:33

Economia

Há muitos programas de Economia na televisão, os jornais exibem secções crescentes sobre o tema que, justamente, anda na boca de todos, como uma entidade mística que nos governa no silêncio das sombras, que preside a todas as decisões políticas e administrativas, mas, na verdade, de Economia não se fala muito.

 

Por Economia entendo a forma como o capital ou poder económico é administrado, como é distribuído, refiro-me à sustentabilidade da máquina económica, do seu reflexo social no que diz respeito a uma certa noção de justiça endémica, qualquer que seja essa noção. Isso é que é Economia. Mas sobre Economia fala-se muito pouco. Melhor: não se fala nada, não se discute. Sobre Economia existe, com efeito, um sentimento de acomodação. A Economia que existe, o sistema em que vivemos e decidimos viver, vigora de forma inquestionável, como se acaso tivéssemos atingido já o limiar dos deuses, o limiar da perfeição.

 

Do que se discute nesses programas de televisão, nesses retângulos de jornal, nas mesas de café deste país, não é Economia: é empreendedorismo. É, essencialmente, inventar uma nova forma de nos vender aquilo que é velho. O empreendedorismo é importante, não o nego, sobretudo se visto no enquadramento da Economia de mercado competitivo em que vivemos. Não deixa, contudo, de ser uma peça, e uma peça bastante pequena, no grande quebra-cabeças económico. A sua importância vê-se diminuída quando vista pela grande angular chamada História através da qual observamos a evolução das nações. E todavia é de empreendedorismo que continuamos a falar. Agora até queremos ensinar tal valência aos pequenos petizes que ainda não sabem o abecedário e os números, como se tal fosse possível e, para espanto de quem percebe um pouco de Economia, como se tal fosse relevante.

publicado às 19:55

A união europeia dentro de fronteiras

O que aconteceria se, da noite para o dia, a Estremadura rejeitasse contribuir com o seu produto interno bruto parcial para com, digamos, Trás os Montes e Alto Douro e, no mesmo dia à tarde, a província de Douro Litoral seguisse os mesmos passos e se recusasse a enviar verbas para o Baixo Alentejo? O que aconteceria?

 

Mais: com que direito é que exigimos às províncias que mais produzem que contribuam para as que menos o fazem? Por que razão, sobretudo quando todas, sem exceção, desejariam uma maior dotação de fundos?

 

O direito chama-se Portugal. A razão é que somos um país e dentro dele somos todos iguais, estamos todos no mesmo barco e suportamo-nos ativamente no sentido da melhoria e do bem estar de todos.

 

Talvez pudesse existir um jornalista, um que seja, que diga tão somente isto ao exército de comentadores intelectualmente menores que aparecem a comentar a questão grega com argumentos do género: “os alemães é que trabalham” ou “os gregos são preguiçosos”. Seria interessante.

 

Uma união monetária sem solidariedade não é uma união, é uma relação entre senhores e servos.

publicado às 19:42

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